Na Paulista, Bolsonaro volta a atacar STF e chama Moraes de canalha
Presidente mirou o Judiciário em seus discursos de 7 de setembro.
Da Redação
terça-feira, 7 de setembro de 2021
Atualizado em 8 de setembro de 2021 09:08
Em discurso a apoiadores em manifestação na avenida Paulista nesta terça-feira, 7, o presidente Jair Bolsonaro repetiu as ameaças golpistas que havia proferido mais cedo em Brasília e voltou a investir contra os ministros do STF.
O presidente afirmou que "só Deus" o tira de Brasília - "preso, morto ou com vitória"; chamou Alexandre de Moraes de "canalha" e atacou o sistema eleitoral brasileiro, em referência ao presidente do TSE, ministro Barroso. Bolsonaro pediu de novo o voto impresso na disputa de 2022, apesar de esse projeto já ter sido derrubado pelo Congresso.
"Dizer a esse ministro que ele tem tempo ainda para se redimir. Tem tempo ainda de arquivar seus inquéritos. Sai Alexandre de Moraes, deixa de ser canalha, deixa de oprimir o povo brasileiro."
"Nós devemos sim, porque eu falo em nome de vocês, determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade. Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou."
"Ou esse ministro se enquadra ou ele pede para sair. Não se pode admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas turve a nossa liberdade."
Assista ao vídeo:
Brasília
Mais cedo, o presidente afirmou a apoiadores em Brasília que "ou o chefe desse Poder enquadra o seu, ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos", referindo-se a Fux sobre Moraes.
Ministro Alexandre de Moraes foi o responsável por decisões recentes contra apoiadores do presidente por ameaças às instituições e à democracia. O ministro tem agido a partir de pedidos da PGR, sob o comando de Augusto Aras, indicado por Bolsonaro, e da PF, órgão subordinado ao presidente. "Não podemos aceitar mais prisões políticas", disse Bolsonaro em seu discurso.
Conselho da República
Bolsonaro chegou a anunciar uma reunião para esta quarta-feira, 8, com o Conselho da República - os presidentes do Supremo, Câmara e Senado, mas, desmentindo o presidente, assessorias de Luiz Fux, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira disseram à Folha que não há nenhuma previsão de reunião.