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Golpes digitais

Advogado explica mudanças no Pix para coibir sequestro relâmpago

Especialista alerta que as facilidades digitais abrem espaço para crimes com uso da violência.

Da Redação

domingo, 5 de setembro de 2021

Atualizado às 07:07

Desde a implementação do Pix, inúmeros golpes surgiram. O sequestro de vítimas pelo crime organizado, com a exigência da transferência de dinheiro por meio do Pix foi um dos problemas que surgiram com a facilidade da transferência. Como forma de inibir esse tipo de crime, o Banco Central anunciou que irá limitar os valores das transferências durante o período noturno (das 20 às 6h), com o valor máximo de R$ 1 mil nesse período.

 (Imagem: Pixabay)

Desde a implementação do Pix, inúmeros golpes surgiram. (Imagem: Pixabay)

O advogado especialista em Direito Digital, Francisco Gomes Junior, do escritório OGF Advogados, explica que se captura a vítima, obrigando-a a realizar inúmeras transferências via Pix, até que sua conta seja zerada. Somente após isso se liberta a vítima.

Para o advogado, nestes casos, a facilidade de transferência instantânea de valores pelo Pix, favorece os bandidos.

"Esses crimes alertam para um fato: as facilidades digitais não abrem espaço somente para golpes virtuais, que necessitam de algum ardil ou elaboração para sua realização. Os crimes com uso da violência também se aproveitam das facilidades digitais."

O advogado ressalta que, com a limitação do Banco Central, espera-se uma diminuição neste tipo de crime, mas mesmo assim ainda perduram riscos, como bandidos permanecerem mais tempo com a vítima em seu poder esperando o início do dia para o valor da transferência aumentar.

"O que vimos observado - continua o advogado - é que no Brasil os crimes virtuais frequentemente utilizam-se também de violência. É assim com o PIX, é assim com o golpe do amor, onde a vítima recebe fotos ou contato de alguma mulher/homem atraente e depois disso passa a ser extorquido(a) e chantageado(a) e é assim com as famosas ligações que anunciam o sequestro de alguém da família, com gritos apavorantes para que uma transferência bancária ou compra de créditos de celular seja feita urgentemente."

Dessa maneira, o advogado orienta que devemos ter todos os cuidados possíveis com nossos dados pessoais, não fornecendo dados a terceiros, não os disponibilizando nas mídias sociais, não clicando em links duvidosos e não comprando em sites não confiáveis e com ofertas muito generosas.

"Mas além disso, não podemos descuidar dos cuidados no mundo físico como não andar com o celular em mãos em locais perigosos e não circular por locais desertos principalmente à noite. Os crimes virtuais e físicos se unem e vão aproveitar todas as brechas que você propiciar. Os cuidados devem ser redobrados em novos serviços e tecnologias, como o open banking e os pagamentos feitos por aplicativos de mensagens instantâneas."

O especialista dá uma dica final:

"Com relação ao Pix, além dos limites que o Banco Central está estabelecendo, é possível que a própria pessoa limite os valores por operação. Basta entrar no aplicativo ou site de seu banco e solicitar a alteração dos valores por transação."

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