Câmara aprova PEC que inclui proteção de dados na Constituição
Na votação em segundo turno, foram 436 votos a 4. Em primeiro turno, foram 439 a 1.
Da Redação
quarta-feira, 1 de setembro de 2021
Atualizado às 07:57
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 31, a PEC 17/19, do Senado, que torna a proteção de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, um direito fundamental e remete privativamente à União a função de legislar sobre o tema.
A proposta foi aprovada em dois turnos na forma do substitutivo do relator, deputado Orlando Silva, e deve retornar ao Senado devido às mudanças feitas. Na votação em segundo turno, foram 436 votos a 4. Em primeiro turno, foram 439 a 1.
Segundo a proposta, também caberá à União organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados pessoais, nos termos da lei.
"Todos nós aqui utilizamos sistematicamente aplicativos na internet, e o manejo desses aplicativos se dá a partir da oferta de dados pessoais, que, muitas vezes, é objeto de manipulação sem que cada um de nós saiba os riscos à nossa privacidade", afirmou Orlando Silva.
Proteção de dados
Orlando Silva ressaltou que a proposta consolida os normativos para a proteção dos dados pessoais e "coloca o Brasil na fronteira dessa legislação". Ele lembrou que o País já conta com a LGPD e possui, como órgão fiscalizador, a ANPD.
Para o deputado Isnaldo Bulhões, "sem dúvida nenhuma a PEC é um avanço, porque acompanhamos grandes escândalos, grandes violações e fraudes que avançaram bastante nos últimos tempos com o desenvolvimento tecnológico no Brasil e no mundo".
Os deputados Hildo Rocha e Felipe Rigoni também defenderam a aprovação da PEC. Rocha alertou que atualmente há riscos, como o vazamento neste ano dos dados de 223 milhões de pessoas, incluindo até já falecidas. Rigoni, por sua vez, defendeu que a ANPD tenha independência e autonomia.
Agência
Um destaque do Novo aprovado pelo Plenário retirou do texto a previsão de criação de um órgão regulador sobre proteção de dados na forma de uma entidade independente, integrante da administração pública federal indireta e submetida a regime autárquico especial.
Ao defender a retirada do trecho, o deputado Vinícius Poit questionou a inclusão na Constituição da criação de uma agência. "Ninguém aqui está questionando a autonomia, a independência da autoridade reguladora. Agora, constitucionalizar esse tema nunca foi feito para nenhuma outra agência", ponderou.
O Plenário seguiu a intenção do deputado e rejeitou o trecho por 266 votos a 165. Para manter um texto em uma PEC, são necessários 308 votos favoráveis.
Fonte: Agência Câmara de Notícias.