Quem quer morar nos EUA, precisa se preparar para a variação do dólar
"Elas precisam ter consciência de que vão mudar absolutamente tudo, outra cultura, costumes novos, horário de trabalho novo (...)", salienta o advogado Daniel Toledo, especialista em Direito Internacional.
Da Redação
quinta-feira, 3 de junho de 2021
Atualizado às 09:26
Especialista em Direito Internacional, o advogado Daniel Toledo (Toledo Advogados Associados) chama a atenção para alguns aspectos importantes a serem levados em conta na hora de se mudar para os Estados Unidos.
Um dos aspectos é a mudança em si. O advogado ressalta que as pessoas acreditam que saindo do Brasil, elas vão simplesmente abandonar os problemas e viver só as coisas boas da vida nos Estados Unidos ou em qualquer outro país.
"Elas precisam ter consciência de que vão mudar absolutamente tudo, outra cultura, costumes novos, horário de trabalho novo, forma de comunicação diferente e isso pode pesar na vida delas. Se não estiverem preparadas, não conseguem se adaptar."
Outro fator é o planejamento financeiro. De acordo com Toledo, é necessário estar informado e preparado para as variações que o dólar sofre no mercado global. As reservas devem sempre ser dolarizadas para evitar surpresas causadas pelas oscilações da moeda.
"Vi casos de pessoas que entraram em desespero porque vieram para os Estados Unidos na época que o dólar estava cotado a 3 reais com uma renda de R$ 10 mil e no último ano sofreram um decréscimo de 50% nos rendimentos quando a moeda americana subiu a cotação para a casa de 6 reais."
Toledo ainda acrescenta ao planejamento de mudança de país, os gastos e procedimentos para obtenção de visto. O visto EB-2 é utilizado por empresas americanas que oferecem oportunidade de trabalho para um estrangeiro com base em suas qualificações profissionais. Essa forma de contratação é feita por meio de um certificado de emprego do Departamento de Trabalho americano e com essa autorização, o estrangeiro pode ser contratado utilizando o visto EB-2, que permite residência permanente nos Estados Unidos e dá início ao processo de obtenção do green gard.
Carreira - TI
Uma das carreiras muito procuradas pelas empresas internacionais é a de tecnologia da informação, que acabam importando trabalhadores de países como Brasil, Índia, China e Coreia do Sul. Há mais de 20 anos, existe um déficit global de profissionais na área de tecnologia.
Diante dessa alta demanda por profissionais de tecnologia, quem trabalha em empresas multinacionais sai na frente na imigração para países desenvolvidos, como os Estados Unidos. Este é o caso de Eduardo Mattos Duarte, gerente de produtos de soluções de computação em nuvem de uma grande empresa, que hoje trabalha na matriz da empresa em São Francisco, nos Estados Unidos.
Mattos também mantém um canal no YouTube em que fala sobre sua vida de expatriado e dá dicas a colegas da área de TI sobre como imigrar de forma correta. Ele aponta como principais aspectos, a serem considerados quando decidir mudar de país, ter construído uma sólida carreira com entrega de resultados globais para a empresa em que trabalha e constituir uma reserva financeira para suprir eventuais necessidades nos primeiros três anos de vida no país em que vai morar.
Eduardo Mattos conta que as pessoas que trabalham em setores que contribuem para o resultado econômico-financeiro global das empresas de tecnologia têm mais possibilidade de serem expatriados. "Embora os resultados locais sejam importantes, os globais ganham maior visibilidade dentro da companhia", aponta.
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