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Produção

Mercado de celulose no Brasil: um gigante em expansão

Em 2019, país se manteve como segundo maior produtor de celulose, atingindo 19,7 milhões de toneladas fabricadas, seguindo como referência mundial na produção. Expectativa é que o mercado continue crescendo nos próximos anos e a chegada da gigante canadense Paper Excellence impulsiona o avanço.

Da Redação

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Atualizado às 09:10

No Brasil, o segmento de papel e celulose tem grande eficiência de mercado e sua alta competitividade é explicada, principalmente, pelas condições de clima e solo favoráveis, investimento em florestas plantadas e em pesquisas.

Segundo dados da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), em 2019, o país se manteve como segundo maior produtor de celulose, atingindo 19,7 milhões de toneladas fabricadas, seguindo como referência mundial na produção.

De acordo com o levantamento, a indústria de base florestal fechou 2019 com US$ 10,3 bilhões de saldo na balança comercial, o segundo melhor resultado dos últimos 10 anos. Além disso, as exportações somaram cerca de US$ 11,3 bilhões, o equivalente a 4,3% das exportações brasileiras.

 (Imagem: Arte Migalhas)

(Imagem: Arte Migalhas)

O setor é responsável pela geração de R$ 13 bilhões em tributos federais, estaduais e municipais: 0,9% da arrecadação nacional. E a expectativa é que o mercado continue crescendo nos próximos anos. 

O levantamento da Ibá aponta que os projetos que visam à ampliação de plantios, de fábricas e novas unidades são da ordem de R$ 35,5 bilhões até 2023. 

A chegada da gigante Paper Excellence ao Brasil complementa o impulsionamento do mercado.

 (Imagem: Divulgação)

(Imagem: Divulgação)

Com sede administrativa no Canadá, a Paper Excellence, que cresceu fazendo aquisições em regiões estratégicas, é hoje uma das maiores produtoras de papel e celulose do mundo, abastecendo todos os continentes.

Na última década, produziu 3 milhões de toneladas de papel e celulose e empregou mais de 3.000 pessoas em oito fábricas.

 (Imagem: Arte Migalhas)

(Imagem: Arte Migalhas)

Há dois anos, por exemplo, com a aquisição da Catalyst Paper Corporation, a Paper expandiu a linha de produtos da para incluir papéis de impressão, papéis especiais e de embalagem, e aumentou a produção de celulose para atender clientes em todo o mundo.

Com a aquisição da Eldorado Brasil Celulose, a empresa tem a oportunidade de expandir sua atuação na produção de celulose de fibra curta, vinda do eucalipto e ideal para a produção de papéis para impressão, escrita e para fins sanitários, como papel higiênico, toalhas de papel, guardanapos e seda artificial.

A Eldorado é uma das maiores companhias do segmento no país. Fechou o quarto trimestre de 2020 com lucro líquido de R$ 641 milhões, o que representa crescimento de 528% sobre o mesmo período de 2019, quando foi registrado R$104 milhões. Com isso, a companhia encerrou o ano com receita líquida acumulada de R$ 4,4 bilhões, um total 4% superior ao desempenho de 2019. Seu complexo industrial e áreas de plantio estão localizados no Mato Grosso do Sul e ela opera em ritmo de 1,7 milhão de toneladas de celulose por ano.

A compra da Eldorado pela Paper por R$ 15 bilhões, em 2017, foi considerada uma das maiores transações financeiras e empresariais da história brasileira. Não à toa, a previsão era a de que a finalização da operação representaria uma injeção total de 31 bilhões de reais na economia brasileira ate 2021.

A finalização do negócio, no entanto, está cautelarmente suspensa pela Justiça. Isso porque quando a Paper Excellence adquiriu a empresa Eldorado Brasil da J&F Investimentos, holding que controla a JBS, ficou acordado que a operação seria finalizada em etapas. Contudo, em uma das etapas da compra, quando a J&F ainda possuía 50,59% da Eldorado, e a Paper já havia efetivado a aquisição de 49,41%, a J&F declarou unilateralmente extinto o contrato.

A justificativa foi a de que a sócia não havia liberado garantias prestadas em dívidas da produtora de celulose, uma pré-condição para aquisição do controle. A Paper, por seu turno, alegava má-fé da J&F, que teria dificultado a liberação das garantias, e ainda cobrava R$ 6 bilhões a mais para dar sequência ao negócio.

A controvérsia foi, então, resolvida em um processo arbitral, que tramitou na Câmara Internacional de Arbitragem e teve fim em fevereiro último. Ocasião na qual por unanimidade, 3 votos a zero, o Tribunal Arbitral entendeu que a J&F manipulou informações de forma a desfazer o negócio com a Paper. Estima-se que esta deve ter sido a maior arbitragem já realizada no Brasil.

Em março, contudo, a disputa bilionária teve mais um capítulo: por cautela, a 2ª vara Empresarial e de Conflitos Relacionados a Arbitragem de SP, em decisão liminar, suspendeu a sentença arbitral que autorizou a transferência do controle acionário da Eldorado a Paper Excellence. A decisão atendeu a pedido da J&F. E novos capítulos são ainda esperados. 

 

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