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Lliberdade religiosa

Pecados e confissões na sessão do STF

Pedindo liberação de cultos, AGU disse que cristãos estão dispostos a morrer pela causa.

Da Redação

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Atualizado às 15:55

O STF decidiu nesta semana que é constitucional a proibição de cultos, missas e outras atividades religiosas coletivas presenciais em meio à pandemia. Na primeira sessão destinada ao tema, algumas falas chamaram a atenção. 

Primeiro a sustentar oralmente no julgamento, o AGU André Mendonça se posicionou a favor dos cultos presenciais: "ser cristão, na sua essência, é viver em comunhão (...) ser cristão é estar junto ao próximo".

Em determinado momento de sua manifestação, André Mendonça questionou a proibição dos cultos presenciais enquanto há transportes públicos lotados e aviões cheios de gente, parecendo "lata de sardinha".

Gilmar Mendes, então, reagiu a esta fala: "eu poderia ter entendido que S. Exa. teria vindo agora para a Tribuna do Supremo de uma viagem a Marte e ele estava descolado de qualquer responsabilidade institucional, com qualquer assunto no Brasil".

Lembrando que o ministro é cotado para a vaga do Supremo que Bolsonaro prometeu a alguém "terrivelmente evangélico".

 (Imagem: Arte Migalhas)

(Imagem: Arte Migalhas)

"Não sabem o que fazem"

O advogado Luiz Gustavo Pereira da Cunha, representando o PTB - Partido Trabalhista Brasileiro, também foi contra o fechamento dos templos religiosos por decretos editados para combater a pandemia.

Ao finalizar sua sustentação oral, o advogado mandou um recado para os ministros "que hoje votarão pelo fechamento da casa do Senhor". O patrono citou versículo da Bíblia (Lucas 23:34): "Então ele ergueu seus olhos para o céu e disse: 'Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem'".

O ministro Fux rebateu a fala do causídico, dizendo que esse trecho da Bíblia revela uma misericórdia divina destinada aos que se omitem diante dos males. "E o Supremo Tribunal Federal, ao revés, não se omitiu, mas foi pronto e célere em uma demanda que se iniciou há poucos dias atrás".

O presidente da Corte salientou que a missão do STF é lutar pela vida e pela esperança: "estamos vigilantes na defesa da comunidade".

 

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