MP/SP pede extradição dos fundadores da Igreja Renascer
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Da Redação
sexta-feira, 12 de janeiro de 2007
Atualizado às 08:58
Caso Renascer
Promotoria pede extradição de casal detido
O MP/SP pediu ontem à Justiça brasileira a extradição dos fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Estevam Hernandes Filho e Sônia Haddad Moraes Hernandes, que estão há três dias detidos no Centro de Detenção Federal de Miami.
O casal, que está em celas separadas, divide o espaço com outros presos. O apóstolo e a bispa já foram fichados e até usam uniformes de presidiários.
Eles estão presos desde terça-feira 9/1, num presídio federal de Miami, acusados de crime de declaração falsa em documento público. Lá, esse crime é inafiançável.
Um juiz manteve a prisão dos líderes da Renascer e avisou que só irá ouvi-los no dia 24/1, quando ocorre a primeira audiência. Até essa data, os dois não poderão deixar o país.
No Brasil, o pedido de extradição foi encaminhado ao juiz da 1ª Vara Criminal de São Paulo, Paulo Antonio Rossi. Se deferido, o caso é remetido ao Ministério da Justiça, a quem cabe repassá-lo ao Ministério das Relações Exteriores, para envio ao governo dos EUA. Anteontem, Rossi decretou a prisão preventiva do casal no Brasil.
Estevam e Sônia foram detidos pelo FBI assim que chegaram ao aeroporto de Miami, na Flórida, às 7h30' da terça-feira 9/1 (horário do Brasil). Com o casal foram encontrados US$ 56 mil não declarados (mais de R$ 120 mil) em dinheiro vivo. As notas estavam dentro de uma Bíblia, num porta-CD e nas malas.
Os Hernandes foram presos em flagrante, acusados pelos crimes de lavagem de dinheiro e declaração falsa em documento público, já que haviam informado ao setor de imigração dos EUA que portavam menos de US$ 10 mil (R$ 21 mil).
Para o crime de lavagem, foi estabelecida uma fiança de US$ 100 mil (R$ 215 mil), com direito a responder em liberdade restritiva (prisão domiciliar). Já em relação ao crime de falsa declaração, de competência da imigração, não cabe fiança.
No Brasil, Estevam e Sônia são réus em processos por falsidade ideológica, estelionato e lavagem de dinheiro. Desde então, já tiveram bens e contas bancárias seqüestrados ou bloqueados pela Justiça.
Quando pediram a prisão preventiva, os promotores do Gaeco (grupo especial de investigação) argumentaram que a detenção em Miami do casal fundador da Renascer - criada em 1986 e hoje uma das maiores igrejas neopentecostais do Brasil - era prova de que os dois continuavam a praticar crime de lavagem de dinheiro.
O advogado do casal, Luiz Flávio D'Urso, afirmou anteontem 10/1, que eles foram apenas "prestar esclarecimentos" a autoridades americanas. O acordo de extradição entre o Brasil e os EUA foi assinado em 1962. Hoje, o país é considerado um dos maiores colaboradores de investigações brasileiras. Segundo a Promotoria paulista, caberá ao juiz da 1ª Vara Criminal enviar o pedido ao Ministério da Justiça já traduzido para o inglês.
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Fonte: Folha de S. Paulo
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