Juiz paulista ligado à Assembleia de Deus é cotado para o STF
Outro forte nome para a vaga de ministro no Supremo é o atual ministro da Justiça, André Mendonça, que ontem coincidentemente falou no culto da Assembleia em SP.
Da Redação
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021
Atualizado às 18:39
José Wellington Bezerra da Costa Neto, juiz assessor da presidência do TRE/SP, é um dos nomes que surgiram na bolsa de apostas para ser indicado pelo presidente Bolsonaro à vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal, em julho deste ano.
Se, de fato, a indicação se confirmar, Bolsonaro estará cumprindo a promessa de nomear alguém "terrivelmente evangélico" para o STF. Isso porque José Wellington Bezerra da Costa Neto é ligado à igreja Assembleia de Deus - seu pai, José Wellington Costa Junior, é presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil e seu avô, José Wellington Bezerra da Costa, é líder das Assembleias de Deus no Brasil.
José Wellington Bezerra da Costa Neto, mesmo com a toga, segue os caminhos da família. É possível encontrar pregações do magistrado disponíveis no YouTube, no canal da Assembleia de Deus.
Foi na igreja do pastor José Wellington Bezerra da Costa, aliás, que, em outubro do ano passado, Bolsonaro marcou presença em um culto e anunciou que indicará um pastor para ocupar a cadeira de Marco Aurélio após sua aposentadoria.
Entrando na disputa
Outro nome cotado para a vaga de ministro do Supremo é o ministro da Justiça André Mendonça. Fazendo jus ao mote "terrivelmente evangélico", André Mendonça, coincidentemente, compareceu na igreja da família de José Wellington Bezerra da Costa, no último domingo, onde foi convidado a fazer uma pregação.
No início de sua fala, André Mendonça falou acerca de "cargos" a serem ocupados, direcionando sua fala ao pastor José Wellington: "se tem um cargo que é importante é o ministro do evangelho". Veja o que disse André Mendonça:
Nascido em Santos/SP, o atual ministro da Justiça André Mendonça é formado em Ciências Jurídicas e Sociais em 1993 pela Instituição Toledo de Ensino, no interior de SP, e concluiu especialização em Direito Público pela UnB, mestrado pela Universidade de Salamanca (Espanha), com dissertação sobre corrupção e Estado de Direito, e recebeu a avaliação mais alta pela tese de doutorado Estado de Derecho y Gobernanza Global ("Estado de Direito e Governança Global") na mesma universidade.
Atuou como professor do curso de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie de Brasília e é professor visitante em Salamanca e na Fundação Getulio Vargas. É também bacharel em teologia pela Faculdade Teológica Sul Americana, em Londrina.
Foi advogado da Petrobras Distribuidora até ingressar na carreira de advogado da União, em 2000. Mendonça foi diretor do Departamento de Patrimônio Público e Probidade Administrativa, nomeado pelo então advogado-Geral José Antonio Dias Toffoli, e coordenou o Grupo Permanente de Atuação Pró-Ativa da AGU.
Também ganhou destaque na AGU ao ser vencedor da categoria especial do Prêmio Innovare/2011 - que homenageia práticas eficientes no Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública e advocacia. O Innovare reconheceu as práticas de combate à corrupção adotadas pela AGU. Entre 2016 e 2018, foi assessor especial do ministro Wagner Rosário, da Controladoria-Geral da União.