Fux convida ex-auxiliar de Mandetta para chefia de Saúde do Supremo
Epidemiologista ocupará o lugar do médico Marco Polo Dias Freitas, exonerado após pedido de reserva de 7 mil doses da vacina contra a covid-19 à Fiocruz.
Da Redação
quarta-feira, 6 de janeiro de 2021
Atualizado às 14:42
O presidente do STF, Luiz Fux, convidou o epidemiologista Wanderson de Oliveira, ex-auxiliar do ex-ministro Mandetta, para assumir a chefia da secretaria de serviços integrados de Saúde do Supremo.
O convite, divulgado pelo Estadão, foi aceito e o epidemiologista ocupará o lugar do médico Marco Polo Dias Freitas, exonerado após pedido de reserva de 7 mil doses da vacina contra a covid-19 à Fiocruz.
Wanderson foi um dos principais formuladores da estratégia do ministério da Saúde para enfrentar a covid-19 e, durante a gestão Mandetta, vinha se queixando a colegas sobre o discurso do presidente Jair Bolsonaro contrário ao isolamento social mais amplo. Wanderson deixou a pasta no começo da gestão do atual ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Ele era secretário nacional de Vigilância em Saúde.
O epidemiologista ocupará o lugar do médico Marco Polo Dias Freitas, exonerado do cargo após, segundo o presidente da Corte, sem o seu conhecimento, solicitar à Fiocruz a reserva de sete mil vacinas contra a covid-19 para ministros e servidores, furando a fila de prioridades da vacinação.
Marco Polo Dias Freitas, por sua vez, disse em entrevista à Folha de S. Paulo que "nunca realizou ato administrativo sem a ciência" de seus superiores. O servidor ocupava o cargo de secretário de Serviços Integrados de Saúde da Suprema Corte há seis anos.
Relembre
O Supremo pediu à Fiocruz, em ofício enviado no dia 30/11, a reserva de sete mil doses de vacina para que elas sejam destinadas à imunização de ministros e servidores da Corte e do CNJ.
No ofício da Corte, explica-se que "tal ação tem dois objetivos principais. O primeiro é a imunização do maior número possível de trabalhadores de ambas as casas, que desempenham papel fundamental no país e têm entre suas autoridades e colaboradores uma parcela considerável de pessoas classificadas em grupos de risco".
Já o segundo, conforme trecho do documento, é de que "a realização da campanha por este Tribunal é uma forma de contribuir com o país nesse momento tão crítico da nossa história, pois ajudará a acelerar o processo de imunização da população e permitirá a destinação de equipamentos públicos de saúde para outras pessoas".