Projeto criminaliza desestímulo à vacinação
Vale lembrar que em dezembro, o plenário do STF decidiu que vacinação compulsória contra covid-19 é constitucional.
Da Redação
sábado, 2 de janeiro de 2021
Atualizado às 07:50
O senador Angelo Coronel apresentou o projeto de lei 5.555/20, que altera o Código Penal para tornar crime a omissão e oposição à vacinação, propagação de notícias falsas sobre a eficácia da vacina e de desestímulo à adesão ao programa de vacinação.
De acordo com o texto, quem se omitir, sem justa causa, na condição de pais ou responsáveis legais, à vacinação obrigatória de criança ou adolescente, em situação de emergência de saúde pública, a pena prevista é de reclusão, de um a três anos.
Quem deixar de se submeter, sem justa causa, à vacinação obrigatória; e criar, divulgar ou propagar, por qualquer meio, notícias falsas sobre as vacinas do programa nacional de imunização ou sobre sua eficácia, a pena é de reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Além disso, se for agente público, poderão ser aplicadas penas em dobro, além das punições previstas por atos de improbidade administrativa.
- Veja a íntegra do texto.
O senador mencionou dados do ministério da Saúde de que a vacinação de crianças com menos de 2 anos está apresentando queda desde 2011. "No caso da vacina BCG, contra tuberculose, a cobertura, que já foi de 107,94%, caiu para 95,63% em 2018. A cobertura da tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, também despencou - de 102,39% para 90,5%", informou o parlamentar.
"A saúde é um bem coletivo e quando um grupo de pessoas deixa de vacinar toda a comunidade pode ser afetada e o sistema de saúde sobrecarregado, geralmente drenando recursos que poderiam ser utilizados em ações que não são cobertas por vacinas", disse o parlamentar.
STF
No mês de dezembro, os ministros do STF decidiram que vacinação compulsória contra covid-19 é constitucional.
Também neste mês, analisando tema similar, os ministros decidiram, por unanimidade, que pais são obrigados a levar os filhos para serem vacinados de acordo com o calendário infantil de imunização, independentemente de convicções filosóficas.