EUA vai exigir fiança de até $15 mil para conceder vistos de negócios e turismo
Medida entra em vigor no final de dezembro e atinge 23 países africanos e asiáticos.
Da Redação
sexta-feira, 27 de novembro de 2020
Atualizado às 08:11
A partir do dia 24 de dezembro, turistas que quiserem viajar para os Estados Unidos além de preencher o DS-160 e recolher as taxas usuais do consulado, vai ter que pagar uma fiança de até 15 mil dólares, para que tenha a sua entrada no país concedida. A norma, divulgada nesta quarta-feira, atinge 23 países, não inclui o Brasil.
O advogado especialista em Direito Internacional e membro da comissão de direito internacional da OAB Santos e São Paulo, Daniel Toledo (Toledo Advogados Associados), explica que a medida visa garantir que esses cidadãos retornem ao seu país de origem:
"O turista originário destes países geralmente fica além do tempo permitido, de acordo com o visto concedido, que no caso é o B1, de negócios, e o B2, aplicado em caso de turismo. Esse movimento é conhecido como overstay. O Brasil não está na lista, mas é também considerado um dos campões nesta modalidade", explica.
A medida publicada pelo U.S State Department se volta aos países que, em 2019, mais enviaram cidadãos aos Estados Unidos com os vistos B-1 e B-2, e que não retornaram para suas casas. "A taxa, que ainda pode variar de 5 mil a 15 mil dólares, será paga na emissão do visto, direito no consulado ou na embaixada americana. O valor será devolvido quando a pessoa confirmar que já está de volta", afirma Toledo.
A iniciativa do governo Trump visa também testar essa medida durante seis meses. Após esse período, a administração vai analisar a efetividade e os impactos dessa ação. Conforme concluiu Toledo, "a maioria dos países que serão penalizados pertencem ao continente africano. Mesmo que esses lugares apresentem altas taxas de estadias prolongadas, enviaram menos turistas aos Estados Unidos, se comparado a diversos lugares da América Latina, de acordo com as informações da American Immigration Lawyers Association (AILA)".
Os países atingidos pela medida americana são: Afeganistão, Angola, Butão, Burkina Faso, Burma, Burundi, Cabo Verde, Chade, República Democrática do Congo (Kinshasa), Djibouti, Eritreia, Gâmbia, Guiné-Bissau, Irã, Laos, Libéria, Líbia, Mauritânia, Papua Nova Guiné, São Tomé e Príncipe, Sudão, Síria e Iêmen.
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