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História

Apuração dos votos no Brasil: Veja o que mudou ao longo dos anos

Antes das urnas eletrônicas, a apuração dos votos no Brasil poderia levar meses.

Da Redação

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Atualizado às 10:33

Na apuração dos votos das eleições de 2020, os eleitores e a imprensa ficaram ansiosos, chegando a criticar a demora do TSE para divulgar os resultados. Com efeito, houve um atraso de pouco mais de duas horas e meia na divulgação e, segundo informou o presidente da Corte Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, o inconveniente foi devido não à falha de um dos processadores do supercomputador, como havia sido divulgado a princípio, mas sim ao processamento dos dados.

"O problema foi de apreensão equivocada da tarefa pela inteligência artificial. O tempo de atraso - pouco mais de duas horas - foi o esforço de detectar esse problema, que foi resolvido. Nós conseguimos divulgar a totalização ainda no próprio dia das eleições", explicou.

O que talvez a memória brasileira tenha se esquecido, é que o tempo estimado hoje para a apuração dos resultados é sensivelmente menor do que nos tempos em que não se utilizavam as urnas eletrônicas.

 

 (Imagem: Arte Migalhas.)

(Imagem: Arte Migalhas.)

Antes das urnas eletrônicas, a apuração dos votos no Brasil poderia levar meses, como era no período da República Velha, de 1889 a 1930. Antes de 1932 ainda não existia a Justiça Eleitoral e as votações eram organizadas pelos chefes políticos de cada estado e validadas pelo Congresso. 

Código Eleitoral de 1932 já previa o uso de uma "máquina de votar" a ser regulamentada pelo TSE, mas isso apenas aconteceu 64 anos depois.

A transição para urnas de lona apenas foi possível com a informatização dos cadastros dos eleitores na Justiça Eleitoral, que se iniciou em 1985. Essa informatização possibilitou a criação de um banco estruturado de eleitores. 

 (Imagem: Jornal do Dia, 1985, Biblioteca Nacional)

Em 1994, o Brasil viu, pela primeira vez, a Justiça Eleitoral processar o resultado das eleições por via eletrônica. Segundo notícia do jornal O Estado de S. Paulo, esperava-se que o TSE anunciasse o nome do presidente da República em três dias. Entretanto, o resultado foi anunciado uma semana depois. Naquele ano, o TSE realizou de forma inédita o processamento eletrônico do resultado das eleições com recursos computacionais da própria Justiça Eleitoral. 

 (Imagem: Jornal O Estado de S. Paulo, 1994, Biblioteca Nacional)

Até 1996, quando as urnas eletrônicas começaram a ser implementadas, a apuração dos votos levava dias e até semanas, sendo erros de contagem e trapaças muito comuns. Naquela época, 32 milhões de pessoas participaram das eleições municipais. Ao todo foram 70 mil urnas eletrônicas espalhadas por 57 cidades brasileiras.

A primeira eleição totalmente informatizada no Brasil foi em 2000. Naquele ano, os brasileiros foram decidir o pleito municipal no dia 1 de outubro e, segundo jornais da época, algumas urnas apresentaram falhas e levaram algumas horas para que fossem consertadas.

Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo da época, com a informatização, o tempo de apuração passou "de cerca de 10 dias, às vezes 15, para menos de 48 horas". No pleito de 2000, 19 horas após o encerramento da votação, 98% dos votos estavam apurados sendo considerado um dos pleitos mais rápidos do mundo.

 

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