APAE/SP vence o Prêmio Franz de Castro de Direitos Humanos da OAB/SP
X
Da Redação
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
Atualizado às 07:26
Homenagem
APAE/SP vence o Prêmio Franz de Castro de Direitos Humanos da OAB/SP
No ano em que portadores da Síndrome de Down conquistaram visibilidade na sociedade brasileira por conta da personagem Clara na novela "Páginas da Vida" da Rede Globo, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de São Paulo (APAE/SP) será a grande homenageada do 23º Prêmio Franz de Castro Holzwarth da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP. A solenidade, que tem o apoio do Departamento de Cultura e Eventos e da Comissão do Negro e de Assuntos Antidiscriminatórios, acontece na próxima sexta-feira (15/12), às 18 horas, no Salão Nobre da Ordem (Praça da Sé, 385). Serão homenageados, com menções honrosas, a AACD e o Instituto AMMA - Psique e Negritude, que trabalha com relações inter-raciais, ambas de São Paulo.
"Nesta edição, o prêmio presta homenagem a todos que atuam na sociedade civil organizada, seja por meio das entidades filantrópicas, das organizações não-governamentais e os movimentos sociais, que não esperam pelas decisões e soluções do Estado e fazem esse país seguir
Fundada na décadas dos
Na área de Educação, a APAE/SP, baseada nos propósitos das Diretrizes da Educação Brasileira, atende crianças e adolescentes de níveis leve, moderado e severo, com idade entre cinco e 25 anos, através dos programas Pré-Escolar, Escolar, Pré-Profissionalizante e Profissionalizante, visando a formação e capacitação integral do educando ou aprendiz, sua independência pessoal, aquisição de repertório acadêmico, preparação para o trabalho e inclusão social. Já no campo da atividade física desenvolve a área motora unificada, em todos os setores e unidades da entidade, bem como, organiza e participa de eventos esportivos e sócio-culturais voltados para a pessoa deficiente mental.
Uma dos grandes trabalhos da APAE/SP volta-se para o mercado de trabalho com o desenvolvimento de programas de capacitação profissional, com o objetivo de profissionalizar o deficiente mental para uma situação de trabalho protegido e/ou competitivo. Outro programa é o ocupacional para pessoas a caminho da terceira idade, em proposta específica voltada à qualidade de vida, ocupação e valorização pessoal.
Além disso, mantém um instituto de pesquisa, o IAPEDM (Instituto APAE de Pesquisa, Estudos e Preparação de Pessoal na Área da Deficiência Mental), que promove e realiza atividades essenciais para uma melhor compreensão das questões da deficiência mental, através da preparação de pessoal em nível de graduação e pós-graduação; realização de cursos, seminários, congressos e debates; treinamento para atuação nos programas de reabilitação baseada na comunidade; realização de estudos e pesquisas na área da Deficiência Mental; obtenção, processamento e disseminação de informações referentes à deficiência mental, inclusive através de publicações e biblioteca especializada e ações comunitárias.
Embora a Síndrome de Down esteja em evidência, a APAE/SP também atende pessoas, e suas famílias, que tenham outros distúrbios como autismo, hiperatividade, psicoses, deficiência mental (leve, moderada, profunda, severa), múltlipas deficiências, paralisia cerebral, além das Síndromes de Agenesia de Corpo Caloso, de Asperger, de Atraso Neuro-Psicomotor, de Hidranencefalia, de Noonan, de Prader-Willi, de Rett, de Rubinstein-Taybi, de Russel-Silver, de Turner, de West, do Cri du Chat e do X-Frágil.
Prêmio Franz de Castro
O Prêmio Franz de Castro homenageia pessoas e, partir deste ano também entidades, que lutam em defesa da cidadania, democracia e justiça social. O advogado Franz de Castro nasceu em Barra do Piraí (RJ), mas consolidou carreira no Vale do Paraíba paulista, onde desenvolvia um respeitado trabalho de evangelização com presidiários locais. Esse trabalho, por ironia, custou-lhe a vida. Em fevereiro de 1981, aos 39 anos, chamado para servir de mediador de uma rebelião na delegacia policiais de Jacareí, Franz de Castro tornou-se refém dos amotinados que buscavam a liberdade. Durante a fuga, no carro metralhado, morrem todos, detentos e advogado. Por isso, para lembrar seu sacrifício, a OABSP criou - em 1982 - o Prêmio Franz de Castro, que além de homenagear, tem a proposta de incentivar esses seres humanos aguerridos que colocam suas vidas nas árduas batalhas pela justiça social.
Já receberam o prêmio Franz de Castro de Direitos Humanos da OAB SP:
1982 - José Gaspar Gonzaga Franceschini
1983 - Jose Carlos Dias
1984 - Heleno Fragoso
1985 - Padre Agostinho Duarte de Oliveira
1986 - Paulo César Fonteles de Lima
1987 - Ulysses Guimarães
1988 - Vanderlei Aparecido Borges
1989 - Fabio Konder Comparato
1990 - Maria Elilda dos Santos
1991 - Caco Barcelos
1992 - Herbert de Souza - Betinho
1995- Vicente Paulo da Silva
1996 - Dom Paulo Evaristo Arns
1997 - Rabino Henry Sobel
1998 - Hélio Bicudo
1999 - André Franco Montoro
2000 - Padre Júlio Lancellotti
2001 - Dalmo Dallari; Plínio de Arruda Sampaio; Ranulfo de Melo Freire
2002 - Kenarik Boujikian Felippe
2003 - Fermino Fecchio Filho
2004 - Goffredo da Silva Telles Junior
2005 - Senador Abdias Nascimento
_________________