Bolsonaro e a próxima vaga do STF - "terrivelmente evangélico" e "tem que tomar tubaína comigo, pô"
Além de tomar tubaína com Bolsonaro, o próximo ministro deverá ser "terrivelmente evangélico".
Da Redação
sexta-feira, 2 de outubro de 2020
Atualizado às 14:51
O presidente Jair Bolsonaro revelou na noite de ontem, 1, quais os critérios que estabeleceu para escolher o próximo ministro do STF, que ocupará a vaga do ministro Marco Aurélio em 2021:
- Ser terrivelmente evangélico;
- Tomar tubaína com Bolsonaro.
A fala foi proferida após confirmar a indicação do desembargador Kassio Nunes Marques para a vaga a ser deixada pelo ministro Celso de Mello, que se aposentará voluntariamente no dia 13 de outubro.
Ao explicar os motivos que levaram a escolher Kassio Nunes Marques, Bolsonaro citou o refrigerante novamente: "Conheço ele já algum tempo, já tomou muita tubaína comigo".
Preferência antiga
Não é a primeira vez que Bolsonaro mostra sua preferência ao refrigerante. Em maio deste ano, também durante uma live na qual comentava sobre a polêmica da indicação da cloroquina contra a covid-19, Bolsonaro afirmou:
"O que é a democracia? Você não quer? Você não faz. Você não é obrigado a tomar cloroquina. Quem é de direita toma cloroquina. Quem é de esquerda toma Tubaína."
A fala chegou até repercutir em uma sessão do STF. O ministro Gilmar Mendes foi categórico ao dizer que não se pode saír aí "a receitar cloroquina e tubaína".
Tubaína
A tubaína foi criada no interior de São Paulo, mas há diferentes versões para a sua origem. A história mais difundida é de que ela tem origem na cidade de Piracicaba. A bebida é tradicionalmente à base de guaraná, com flavorizantes e aromatizantes de tutti-frutti. Atualmente, a receita deixou de ser uma marca e se tornou um gênero de refrigerante.
Uma das versões de sua história relata que a primeira tubaína foi criada em Piracicaba por José Miguel de Andrade, proprietário da fábrica de licores e vinagres Andrade, fundada em 1890, e posteriormente chamada de Fábrica de Bebidas Andrade. A partir 1870 na capital paulista, o fabricante lançou outro refrigerante, a Cotubaína.
O nome foi inventado pelo filho de José Miguel, quando disse que aquela bebida era "cotuba", que à época era usada como sinônimo de "legal", "bacana", "joia". "Cotubaína", pois, era uma tubaína legal, jóia, dez1.
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1. Elias Netto, Cecílio. Cotubaína. A Província. Piracicaba, SP. Consultado em 2 de outubro de 2020.