Desembargador do PR dá bronca por advogado participar de julgamento sem gravata
"Ou se mostra adequadamente trajado, ou não sustenta", afirmou Clayton Camargo.
Da Redação
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
Atualizado em 7 de agosto de 2020 08:57
O desembargador Clayton Camargo, do TJ/PR, interrompeu a sustentação oral de um advogado na sessão da 1ª câmara Criminal nesta quinta-feira, 6. O motivo? O causídico sustentava apenas de camisa, sem terno, gravata ou toga. "Não concordo com esta postura", afirmou.
S. Exa. citou ainda o caso do advogado da Bahia que apareceu em sessão por videoconferência na rede. "Ou se mostra adequadamente trajado, ou não sustenta."
Diante do alerta, o presidente do colegiado pediu ao advogado que colocasse uma beca. O causídico, por sua vez, pediu que o processo fosse retirado de pauta ou adiado, para fazer a alteração, e o caso entrou como último item da pauta do dia.
Situações inusitadas e gafes
Desde que o Judiciário começou a realizar sessões por meio virtual com mais frequência, em razão da pandemia, cenas inusitadas começaram a aparecer durante os julgamentos.
Uma situação lamentável aconteceu durante sessão virtual de julgamento da 3ª câmara do TRT da 12ª região. O desembargador José Manzi parece não ter percebido que o microfone estava ligado e disparou: "isso, faz essa carinha de filha da puta".
Ministra Ana Arraes, do TCU, foi constrangida ao vivo em sessão virtual, quando se confundiu sobre um voto. Ela conduzia sessão da 2ª câmara do Tribunal e entendeu que o sub-procurador-Geral Lucas Furtado tinha pedido vista, quando, na verdade, ele teria concordado com o voto do relator.
A situação parece ter irritado o chefe de gabinete do membro do MP junto ao órgão, que disparou: "Não, ele não pediu vista, porra!".
Durante a sessão da 4ª câmara Cível, o procurador de Justiça José Raimundo roubou a cena pegando no sono ao vivo!
No TJ/MT, por exemplo, o procurador Paulo Padro esqueceu o microfone ligado e acabou soltando um pum.
Em abril deste ano, também por um descuido com os equipamentos eletrônicos, o desembargador Carmo Antônio, do TJ/AP, chamou a atenção: apareceu em uma sessão em vídeo usando nada mais do que coisa alguma: descamisado.
Nem os ministros do Supremo estão livres de gafes virtuais. O ministro Gilmar Mendes pediu desculpas por soltar interjeição ao fim de uma live. Após se despedir dos interlocutores, S. Exa. soltou uma "porra" enquanto se retirava, sem saber que a gravação continuava.
Já durante uma sessão do pleno do STF, a netinha de Marco Aurélio apareceu na sala onde o avô proferia seu voto. Ao fundo, é possível ouvi-la dizer: "Vovôôô!".
Tradição
No STF, um advogado também chamou atenção por sua maneira de sustentar durante uma sessão videoconferência. Como se no Tribunal estivesse, o causídico defendeu em pé o seu cliente. O presidente da Corte, ministro Toffoli, elogiou o causídico e afirmou que ele "manteve a tradição".