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Deputado Federal eleito do PT é preso em BH

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Da Redação

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Atualizado às 10:17

 

"Operação Castelhana"

 

PF prende suspeitos por fraude de R$ 1 bi em 5 Estados e no DF

O deputado federal eleito Juvenil Alves (PT/MG) foi preso na manhã de hoje na Operação Castelhana, ação da Polícia Federal que pretende desarticular uma organização criminosa especializada em crimes financeiros.

Juvenil Alves foi detido em sua casa, no bairro Belvedere, na região centro-sul de Belo Horizonte, e levado para a sede da PF em Belo Horizonte. A polícia havia realizado uma operação nos escritórios de advocacia do político, entre eles um imóvel na avenida Pacaembu, na Zona Oeste de São Paulo. Uma outra pessoa, ainda não identificada, também foi presa.

 

O deputado eleito tem 47 anos e nasceu em Abaeté, região central do estado. Ele obteve 110.651 votos nas eleições de outubro deste ano, segundo números do TRE/MG.

 

De acordo com a PF, os escritórios de advocacia de Juvenil Alves seriam supostamente responsáveis por trâmites burocráticos no exterior e no Brasil, além da constituição de empresas de fachada.

 

Os acusados poderão responder por crimes de lavagem de dinheiro, informação falsa em contrato de câmbio, evasão de divisas, sonegação fiscal, estelionato contra a fazenda pública, quadrilha e falsidade ideológica.

 

As investigações da PF apontam que os crimes eram cometidos para permitir que empresários mantivessem seus bens fora do alcance de possíveis cobranças fiscais e execuções judiciais. No total, as penas podem superar 35 anos de reclusão.

 

Operação Castelhana

 

A ação visa cumprir, hoje, 20 mandados de prisão e realizar 50 buscas e apreensões. Na mira da PF estão políticos, empresários, contadores e advogados supostamente envolvidos na fraude.

 

Participam da Operação Castelhana aproximadamente 250 policiais federais e 120 auditores da Receita Federal. As ações acontecem nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Alagoas e no Distrito Federal.

 

Todas as prisões, buscas e seqüestros de bens foram expedidos pelo Juízo Federal da Vara Especializada em "Lavagem de Dinheiro" de Belo Horizonte. De acordo com a PF, as prisões temporárias são válidas exclusivamente por cinco dias e têm por finalidade garantir que testemunhas não sejam intimidadas e que provas sejam ocultadas.

 

Representantes da OAB acompanham os policiais nas ações nos escritórios de advocacia. Segundo a PF, o esquema de fraudes da organização criminosa faria uso de sociedades anônimas estabelecidas no Uruguai e na Espanha, em nome de "laranjas", para ocultar e dissimular valores e bens de empresários brasileiros.

 

A Receita Federal estima que a ação criminosa do grupo pode ter causado aos cofres públicos um prejuízo superior a R$ 1 bilhão.

 

O nome da operação foi escolhido em razão da atuação da quadrilha em países hispânicos, como Uruguai e Espanha.

 

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