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Pandemia

Miguel Reale Júnior pede que MPF avalie conduta de Bolsonaro

Jurista avalia que discurso do presidente pode configurar eventual prática de delito.

Da Redação

quarta-feira, 25 de março de 2020

Atualizado às 14:57

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O jurista Miguel Reale Júnior acredita que as declarações do presidente Bolsonaro, contrárias às orientações da OMS e do próprio ministério da Saúde, "colocam em risco a população". Conforme Reale, o discurso do presidente ontem pode configurar eventual prática de delito.

Em pronunciamento transmitido na noite desta terça-feira, 24, em rede nacional, Bolsonaro disse que autoridades estaduais e municipais devem abandonar o "conceito de terra arrasada", com proibição de transportes, comercio fechado e confinamento em massa: "O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é de pessoas acima de 60 anos. Então, por que fechar escolas?"

No mesmo vídeo, Bolsonaro criticou a cobertura dos meios de comunicação acerca da covid-19, dizendo que foi espalhada sensação de pavor, sendo usados, para isto, os números de mortes na Itália - país que, destacou o presidente, tem grande número de idosos e clima diferente do Brasil. Disse, por fim, que, se for contaminado pelo vírus, nada sentiria ou seria acometido por uma "gripezinha" ou um "resfriadinho" devido ao seu histórico de atleta.

As falas do presidente geraram diversas críticas. Em nota à imprensa, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e seu vice, Anastasia, disseram qeu o país precisa de liderança séria e responsável, e que a posição do presidente, com ataque às medidas para conter a covid-19, é contrária à orientação da própria OMS. 

Felipe Santa Cruz, presidente nacional da OAB, pediu, no Twitter, a manutenção da quarentena, e disse que a fala de Bolsonaro deverá ser reconhecida como "um dos pronunciamentos políticos mais desonestos da história".

A Sociedade Brasileira de Infectologia, filiada à Associação Médica Brasileira, também reagiu ao pronunciamento. Diz ver com preocupação a posição do presidente contra o fechamento de escolas e ao referir-se à nova doença como "resfriadinho". Isto porque as falas podem dar à população a impressão de que as medidas de contenção social são inadequadas.

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