Pandemia de coronavírus origina diversas ações no STF
A crise já provocou a judicialização do tema na Corte.
Da Redação
quarta-feira, 18 de março de 2020
Atualizado às 10:31
A chegada do coronavírus ao Brasil e os múltiplos desdobramentos da pandemia já provocaram a judicialização do tema no STF. Por meio de novas ações e de petições com pedidos de tutela de urgência em processos que tramitam na Corte, as demandas foram apresentadas por partidos políticos e por uma organização da sociedade civil.
Tetos de gastos
O PT pede a suspensão em relação ao sistema de saúde pública da EC 95/16, que limita gastos públicos. O partido apresentou pedido de tutela de urgência incidental na ADIn 5.715, de relatoria da ministra Rosa Weber, em que contesta a emenda que instituiu um novo regime fiscal em vigor no país e estabeleceu o teto para os gastos públicos da União por 20 anos.
Para o partido, no atual cenário, a EC 95/16 representa "uma barreira para o tratamento adequado da questão."
Sistema prisional
O IDDD- Instituto de Defesa do Direito de Defesa pede que o STF determine medidas imediatas para reduzir o potencial lesivo do coronavírus entre a população carcerária. Petição nesse sentido foi apresentada na ADPF 347, em que o plenário deferiu parcialmente liminar para reconhecer "o estado de coisas inconstitucional do sistema penitenciário brasileiro", proibiu o contingenciamento de verbas do Fundo Penitenciário Nacional e determinou a realização de audiências de custódia em todo o país.
O IDDD pede a concessão de livramento condicional a presos com 60 anos ou mais e a autorização para que detentos com HIV, tuberculose, câncer, diabetes e doenças respiratórias, cardíacas e imunodepressoras cumpram regime domiciliar.
O instituto também requer que seja concedida prisão domiciliar a presos por crimes cometidos sem violência ou grave ameaça e para presas gestantes e lactantes. A ADPF é de relatoria do ministro Marco Aurélio.
Voos internacionais e fronteiras
No MS 36.997, o partido Podemos pede a concessão de liminar para sanar o que qualificou de "ato omissivo" do presidente da República, Jair Bolsonaro, em reduzir a propagação do coronavírus no Brasil. O partido considera urgente e necessária a suspensão do desembarque de passageiros provenientes de países europeus e asiáticos pelo período mínimo de 30 dias e o deslocamento de tropas das Forças Armadas para o controle terrestre nas fronteiras.
A legenda argumenta que o sistema público de saúde no Brasil já opera em limite máximo com o atendimento à população e não teria condições de comportar o tratamento de pessoas contaminadas provenientes do exterior. Em relação às fronteiras terrestres, argumenta que o envio de tropas militares, com colaboração da PF e da Polícia Rodoviária Federal, é condição necessária para o controle da pandemia.
Informações: STF.
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