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Operação Spoofing

PF vai abrir novos inquéritos em operação sobre roubo de mensagens de autoridades

A Polícia considera que não estão encerradas as investigações. Órgão quer apurar obstrução da Lava Jato e fraudes cibernéticas.

Da Redação

sábado, 21 de dezembro de 2019

Atualizado às 14:10

Um relatório da PF do dia 18 de dezembro mostra que dois novos inquéritos serão abertos no âmbito da operação Spoofing, que investiga a invasão de celulares de pelo menos mil pessoas, entre elas autoridades brasileiras.

Um dos inquéritos irá apurar a interferência da quadrilha de hackers nas investigações da Lava Jato. O outro vai investigar fraudes cibernéticas que podem ter sido feitas em mais de mil contas bancárias e operações de crédito.

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Continuidade da operação

De acordo com o delegado da PF Luís Flávio Zampronha, a Polícia Federal não considera estarem encerradas as investigações sobre as motivações que levaram a quadrilha de hackers a interceptar e divulgar as mensagens obtidas dos Procuradores da República que atuam na Lava Jato.

De acordo com o relatório, existem elementos de prova que mostram que os investigados tinham a intenção explícita de interferir nas investigações de organizações criminosos que estão sendo conduzidas pela Lava Jato, tendo por objetivo final a obtenção de ganhos financeiros.

"Entretanto, será aberto na Polícia Federal Inquérito Policial específico para apurar o possível cometimento do crime previsto no artigo 2º, § 1º da Lei nº 12.850/2013 (impedir ou, de qualquer forma, embaraçar investigação de infração penal que envolva organização criminosa)."

Além disso, o documento aponta que foram reunidas, até o momento, informações de aproximadamente 1,5 mil contas bancárias e cartões de crédito podem ter sido objeto de fraudes cibernéticas pela organização criminosa, "motivo pelo qual também será aberto investigação própria para a investigação de tais crimes, bem como a ocultação e dissimulação da origem e destino dos recursos obtidos".

Primeira fase

A 1ª fase da operação Spoofing foi deflagrada no dia 23 de julho e resultou na prisão de quatro suspeitos de acessar, sem autorização, o telefone celular do ministro da Justiça Sergio Moro. Os detidos também são suspeitos de terem interceptado e divulgado parte das comunicações do ministro. 

Após a operação, em coletiva à imprensa, a PF informou que cerca de mil números telefônicos diferentes podem ter sido alvo da quadrilha suspeita de hackear o aplicativo de mensagens Telegram  De acordo com a polícia, o celular do presidente Jair Bolsonaro também foi alvo dos harckers. 

A PF afirmou também que a investigação é conduzida desde pelo menos abril, quando procuradores da força tarefa da Lava Jato passaram a relatar algumas ligações recebidas em seus aparelhos originadas do próprio número. Em junho, Moro e outras autoridades informaram ocorrência semelhante.  

A polícia conseguiu então chegar aos números de IP, que são relacionados à conexão à internet, dos dispositivos que supostamente executaram os ataques. 

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