Queda do presidente Evo Morales na Bolívia e a legalidade ou ilegalidade da sucessão presidencial
Em entrevista ao Migalhas Latinoamérica, o advogado constitucionalista boliviano William Bascopé explica a sucessão sob o prisma da Constituição boliviana.
Da Redação
quarta-feira, 11 de dezembro de 2019
Atualizado às 14:39
"A Constituição é a alma dos Estados", dizia o grego Isócrates lá pelo século 436 antes de Cristo. Pois esta afirmação parece ter ficado no tempo. Sob este prisma, daremos uma olhada à recente crise político-social vivida por nossos vizinhos da Bolívia, desde sua Constituição Política.
O advogado constitucionalista boliviano William Bascopé, em entrevista ao Migalhas Latinoamérica, nos explica os fatos acontecidos após o presidente Evo Morales se demitir do cargo.
Evo Morales concorria ao seu quarto mandato nas eleições do 20 de outubro passado, mas uma corrente de descontento já tinha encorajado os bolivianos a tomarem as ruas, para denunciar desobediência ao mandato do popular de 21 de fevereiro de 2016, quando foi negado a Morales o direito à reeleição, além de inúmeras violações aos princípios constitucionais e aos direitos humanos.
A fúria da população se intensificou após a confirmação da colossal fraude eleitoral por um relatório da OEA - Organização dos Estados Americanos. Foram 20 dias de conflito social que terminaram com a saída de Evo Morales rumo ao asilo no México.