Congressistas dos EUA indagam Departamento de Justiça sobre operação Lava Jato
Carta foi enviada ao procurador-Geral William P. Barr.
Da Redação
quinta-feira, 22 de agosto de 2019
Atualizado às 15:19
Um grupo de 13 congressistas dos EUA enviou na terça-feira, 20, carta ao procurador-Geral William P. Barr, na qual relatam preocupação com o envolvimento do Departamento de Justiça ianque nos processos da Lava Jato.
Os signatários afirmam que embora reconheçam o trabalho essencial do Departamento, querem se "assegurar de que as atividades do DOJ no Brasil não encorajaram qualquer forma de má-conduta por partes de agentes judiciais brasileiros ou apoiaram procedimentos judiciais que violaram a ética e os padrões jurídicos básicos".
Para tanto, fazem uma série de perguntas ao procurador-Geral, considerando as notícias recentes relacionadas a comunicações vazadas "que revelam uma estreita colaboração entre o juiz federal brasileiro Sérgio Moro e procuradores de alto escalão da operação Lava Jato".
Entre os questionamentos, os congressistas indagam que formas de apoio o DOJ ofereceu, ou ainda está oferecendo, a agentes judiciais brasileiros envolvidos na operação e qual o alcance do envolvimento do departamento com Sergio Moro, "incluindo todo o apoio técnico, compartilhamento de informações ou qualquer apoio fornecido por contratados do DOJ".
Perguntam, ainda, se os agentes do Departamento de Justiça americano estavam cientes das "ações conluiadas" do então juiz Moro e os procuradores da Lava Jato "ou de qualquer conduta antiética" deles.
Com relação ao ex-presidente Lula, querem saber se o Departamento continuou envolvido na operação mesmo após o episódio do grampo ilegal da conversa do ex-presidente com a ex-presidente Dilma Rousseff, e se prestou assistência na coleta ou análise de provas reunidas pela força-tarefa no caso de Lula.
Os autores da missiva solicitam uma resposta até 30 de setembro.
- Veja a íntegra do documento (em inglês).