Morre o Poeta Paulo Bomfim - O maior nome da poesia paulista
Cantando São Paulo e a história do povo bandeirante, o Poeta Paulo Bomfim escreveu seu nome entre os maiores escritores do Brasil.
Da Redação
domingo, 7 de julho de 2019
Atualizado às 17:50
Faleceu neste domingo, 7, o poeta Paulo Bomfim, aos 92 anos em São Paulo. Paulo Bomfim era decano da Academia Paulista de Letras e integrante do TJ/SP.
Ele estava internado na Beneficência Portuguesa e, segundo a assessoria da Academia, faleceu em decorrência de complicações após uma queda.
Vida e trajetória
Paulo Lébeis Bomfim nasceu em na cidade de São Paulo, em 30 de setembro de 1926, filho de Simeão dos Santos Bomfim e Maria de Lourdes Lébeis Bomfim e descendente de bandeirantes e fundadores de cidades.
Sua mãe era artista e seu pai - homem que sabia falar grego e latim - formou-se médico em 1918, na primeira turma da Faculdade de Medicina de São Paulo. Pela influência dos pais, Paulo Bomfim cresceu rodeado de cultura, desde criança convivendo com artistas amigos de sua família, como Guilherme de Almeida e Heitor Villa-Lobos.
Foi aluno da velha e sempre nova Academia de Direito do Largo de São Francisco, mas optou por não terminar o curso jurídico, a fim de se dedicar ao jornalismo. Iniciou suas atividades jornalísticas em 1945, no Correio Paulistano, indo a seguir para o Diário de São Paulo a convite de Assis Chateaubriand, onde escreveu durante uma década a coluna "Luz e Sombra". Além de jornais, Paulo Bomfim atuou no rádio e na televisão.
Paulo Bomfim deixou seus passos no TJ/SP. O poeta começou no Judiciário com o juiz de menor Aldo de Assis Dias, onde trabalhou organizando técnicas do Juizado. É de sua autoria o hino do TJ/SP, da EPM - Escola Paulista da Magistratura e da Apamagis - Associação Paulista de Magistrados. Ele também é o único que o Tribunal paulista homenageou em vida com uma sala que leva seu nome: Espaço Cultural Paulo Bomfim.
Perda inestimável
O presidente do TJ/SP, desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças, ao tomar conhecimento de sua morte afirmou ser uma perda inestimável:
"É uma perda inestimável para a cultura e a memória de São Paulo e do Brasil (...) Paulo Bomfim deixa uma legião de amigos e admiradores no Tribunal paulista, uma família que formou ao longo de décadas de serviços prestados ao Judiciário."
O velório será realizado hoje, segunda-feira, 8, das 8 às 12 horas, no Palácio da Justiça (Praça da Sé, s/nº), de onde sairá para o sepultamento no Cemitério da Consolação (Rua da Consolação, 1660, São Paulo/SP).
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Migalhas já teve a honra de publicar os versos de Paulo Bomfim. Veja as centenas de aforismos, recolhidos nas principais obras de Paulo Bomfim, os quais deixam claro o motivo pelo qual o escritor ganhou notoriedade como o "príncipe dos poetas". Clique aqui.