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Revelações - Lava Jato

Dallagnol defendia que "jornalista que vaza não comete crime", diz site

Intercept publicou matéria neste sábado, 22, na qual mostra que procuradores da Lava Jato defendiam vazamentos de informações por profissionais da imprensa.

Da Redação

domingo, 23 de junho de 2019

Atualizado às 09:22

Neste sábado, 22, o site The Intercept Brasil divulgou uma nova matéria sobre os vazamentos de mensagens que envolvem a operação Lava Jato. Desta vez, o site aponta que o coordenador da força-tarefa da operação, o procurador da República Deltan Dallagnol, defendia a divulgação de informações vazadas por jornalistas.

Segundo o Intercept, em diálogo ocorrido em novembro de 2015, num chat chamado de "PF-MPF Lava Jato 2", enquanto os procuradores discutiam medidas para coibir vazamento de informações, Dallagnol alertou seus colegas que utilizar o poder processual para investigar jornalistas que publicaram material vazado não seria apenas difícil, mas "praticamente impossível", porque "jornalista que vaza não comete crime".

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No texto, o Intercept também cita decisão do STJ, segundo a qual "o jornalista que divulga trechos de investigação policial que corre em sigilo não comete nenhum crime".

O Intercept aponta que, em maio de 2018, Deltan e procuradores da força-tarefa redigiram e publicaram manifesto em defesa das virtudes da liberdade de expressão - elaborado para proteger um dos procuradores - e criaram um grupo no Telegram chamado Liberdade de expressão CF, para redigir um manifesto sobre o tema.

O site lembra ainda que, em 2016, ao defender a decisão do então juiz Federal Sergio Moro de tornar públicas gravações telefônicas do ex-presidente Lula, Dallagnol argumentou que "o direito à privacidade das autoridades não se sobrepõe ao interesse do público de saber o que aqueles que detém o poder fazem e dizem em situações privadas".

"Outros membros da força-tarefa, antes da publicação das reportagens pelo Intercept, compartilhavam do entusiasmo de Deltan pelo vazamento de documentos governamentais secretos que expõem o comportamento das autoridades. Os procuradores expressaram também sua admiração pelos whistleblowers, como Daniel Ellsberg e Edward Snowden, que tornam públicos documentos secretos comprovando irregularidades ou corrupção por parte das autoridades", diz a matéria.

Vazamentos

Migalhas reuniu, em site exclusivo, todas as informações e desdobramentos dos vazamentos envolvendo a operação Lava Jato. Acesse: vazamentoslavajato.com.br

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