Novo juiz expulsa Saddam Hussein de tribunal
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Da Redação
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
Atualizado às 09:02
Julgamento
Novo juiz expulsa Saddam Hussein de tribunal
O julgamento do ex-presidente do Iraque Saddam Hussein - em que é acusado de genocídio e crimes de guerra contra curdos durante a operação Anfal - foi reiniciado hoje, conduzido por um novo juiz.
Saddam Hussein protestou contra a indicação de Muhammad al-Ureibi para o posto e foi retirado do tribunal. Toda a equipe de defesa deixou a corte em solidariedade ao acusado.
O juiz anterior, Abdullah al-Amiri, foi substituído pelo governo do Iraque, depois de críticas de que era muito complacente ao lidar com Saddam, aparentemente favorecendo o réu.
O ex-líder iraquiano e outros seis réus - entre eles Ali Hassan al-Majid, apelidado de "Ali Químico" - podem enfrentar a pena de morte pelos ataques que teriam matado 182 mil curdos no norte do Iraque, no fim dos anos 80.
Polêmica
Na última quinta-feira, Al-Amiri gerou polêmica ao afirmar que Saddam não era um ditador, mas que seus assistentes faziam com que ele se parecesse com um.
"Nós pedimos para a Justiça substituir o juiz, pois ele perdeu sua neutralidade", disse o porta-voz do governo iraquiano Ali al-Dabbagh à agência de notícias Reuters.
Correspondentes dizem que a troca do juiz pode reacender as reclamações de que o governo do Iraque está interferindo nos julgamentos de Saddam. Alguns observadores chegaram a acusar o governo de tentar impedir que ex-presidente iraquiano tenha um julgamento justo.
Um especialista em assuntos jurídicos da ONG Human Rights Watch, Nehal Bhuta, disse a agência de notícias AFP que a remoção do juiz foi uma "violação descarada da independência da corte".
Violência
No norte do Iraque, pelo menos 18 pessoas foram mortas em duas explosões perto da cidade de Mosul, na noite de terça-feira.
A primeira delas foi causada por um carro-bomba. Em seguida, quando curiosos chegavam ao local do incidente, um militante detonou seu cinturão de explosivos em meio à multidão.
Nesta quarta, ao menos três pessoas morreram e dez ficaram feridas depois de um ataque suicida contra um prédio da polícia em Bagdá.
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