Não é verdade que desembargador Messod Azulay é "crítico acerbo" de Bretas, afirma TRF-2
Afirmação foi feita pelo jornalista Lauro Jardim, no jornal O Globo.
Da Redação
sexta-feira, 5 de abril de 2019
Atualizado às 08:38
"A verdade é que o desembargador Federal Messod Azulay, sendo o revisor dos processos da Lava Jato em 2ª instância, sempre proferiu votos garantindo a aplicação da lei penal, em desfavor de acusados em relação aos quais pesassem suficientes provas e indícios do processo".
A frase acima consta na nota de esclarecimento proferida pelo TRF da 2ª região contra texto publicado pelo jornalista Lauro Jardim, no qual afirmou que o magistrado Messod Azulay é "crítico acerbo" de Marcelo Bretas.
"Bretas pode ser desidratado"
Em sua coluna no jornal O Globo, Lauro Jardim afirmou que o juiz Federal Marcelo Bretas, na 7ª vara Criminal do RJ, pode ser desidratado em razão da saída de servidores da Lava Jato fluminense, citando o presidente e o vice-presidente eleito do Tribunal.
"A propósito, o vice de Fried, Messod Azulay, é um crítico acerbo da atuação de Bretas na 7ª Vara", afirmou o jornalista.
Resposta
Em resposta, o Tribunal emitiu nota de esclarecimento. Veja.
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A respeito da nota publicada hoje na coluna do jornalista Lauro Jardim, no O Globo, com o título "Bretas Desidratado", o Tribunal Regional Federal - 2ª Região (TRF2) declara que não é verdadeira a afirmação de que o desembargador federal Messod Azulay seria um "crítico acerbo" da atuação do juiz federal Marcelo Bretas, na 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro (VFCrim/RJ).
Tal assertiva induz erroneamente o público à crença de que o desembargador não apoiaria as ações da Lava Jato no Rio de Janeiro, o que não tem qualquer suporte nos fatos. A verdade é que o desembargador federal Messod Azulay, sendo o revisor dos processos da Lava Jato em segunda instância, sempre proferiu votos garantindo a aplicação da lei penal, em desfavor de acusados em relação aos quais pesassem suficientes provas e indícios do processo.
Exemplos não faltam, sendo o mais recente o julgamento dos réus da Operação Cadeia Velha, que resultou na determinação de penas contra três ex-deputados estaduais, que chegam a 21 anos de reclusão e dezenas de milhões de reais em multas. Como é de conhecimento geral, na sessão realizada no dia 28 de março deste ano, o voto do revisor mais uma vez alinhou-se com o do relator, desembargador federal Abel Gomes, pela condenação dos ex-parlamentares.
Afirmar falsamente que o desembargador atuante em turma especializada em matéria penal é "crítico acerbo" do juiz da Lava Jato fluminense não beneficia a sociedade, que espera uma atuação firme, harmônica, rápida, eficaz e, sobretudo, pautada na legalidade, contra os esquemas de corrupção que sangraram os cofres públicos por várias décadas.
Pelo contrário, esse tipo de ilação só cria vantagem para quem tenha interesse em embaraçar um trabalho sério, criterioso, técnico, imparcial e isento, no âmbito da jurisdição penal da Justiça Federal da 2ª Região, como tem sido, desde sempre, a atuação do desembargador federal Messod Azulay, nesta Casa de Justiça.