MIGALHAS QUENTES

  1. Home >
  2. Quentes >
  3. Juízes brasileiros pensam que magistratura está mais estressante do que no passado
Perfil dos magistrados

Juízes brasileiros pensam que magistratura está mais estressante do que no passado

Pesquisa da AMB mostra que 90% dos julgadores acreditam estar mais estressados que magistrados no passado; levantamento também apresenta dados sobre prática de atividade física, transtornos psicológicos e atividades que aliviam rotina de trabalho da magistratura.

Da Redação

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Atualizado em 11 de fevereiro de 2019 15:21

Realizada pela AMB, a pesquisa nacional "Quem somos - A magistratura que queremos" traça o perfil da magistratura brasileira. Produzida pelos professores Luiz Werneck Vianna, Maria Alice Rezende de Carvalho e Marcelo Baumann Burgos, com a coordenação da Comissão Científica da Associação a cargo do ministro do STJ Luis Felipe Salomão, a pesquisa contou com 3.851 respostas de juízes ativos e inativos.

t

Entre os dados coletados, a pesquisa traçou o perfil e as considerações dos juízes, desembargadores e ministro de Tribunais Superiores brasileiros acerca da saúde dos magistrados. Os dados mostram que mais da metade dos magistrados brasileiros na ativa pratica atividade física frequentemente, mais de 80% acredita que está mais estressado e ansioso do que os magistrados do passado, e mais de 90% entende ser necessária a adoção de uma política voltada para a saúde dos membros do Judiciário.

Confira os principais dados em relação à saúde dos magistrados.

Atividades físicas

De acordo com a pesquisa, entre os juízes de 1º grau em atividades, 63,3% praticam atividades físicas frequentemente. Desses, os juízes militares são os mais ativos: 83,3% praticam exercícios com frequência.

A pesquisa também revela que dos juízes de 1º grau ativos, 27,1% praticam exercícios eventualmente enquanto 9,6% não praticam nenhuma atividade física.

Já entre os juízes de 2º grau, 8,4% não praticam atividades; enquanto 29,2% fazem exercícios eventualmente e 62,4%, frequentemente.

Entre os ministros de Tribunais Superiores, a porcentagem de magistrados que praticam atividades físicas é ainda maior. Ao todo, 71,4% são fazem exercícios com frequência, 21,4% praticam eventualmente e apenas 7,1% não fazem exercem atividade física.

Já entre os juízes e desembargadores inativos, 11,3% são sedentários; 34,8% praticam exercícios eventualmente e 53,9%, frequentemente.

t

Estresse

Apesar de mostrar dados sobre os hábitos saudáveis dos magistrados, a pesquisa revela que a maioria dos juízes, desembargadores e ministros acredita que estão mais estressados do que os magistrados no passado.

Entre os juízes de 1º grau, 97,2% concordam que estão mais estressados; entre os de 2º grau, 94% concordam que estão com maior grau de estresse. Entre os ministros, o número é pouco menor, sendo que 92,9% creem que estão mais estressados que os magistrados do passado. Já entre os juízes e desembargadores inativos, 86% pensam que os magistrados estão mais estressados que antes.

t

Depressão e ansiedade

Os números em relação ao estresse vão ao encontro de outro dado: a maioria acredita que os índices de depressão, síndrome do pânico, crises de ansiedade e suicídio estão maiores entre os magistrados hoje do que há dez anos. Entre os juízes ativos de 1º grau, 94,9% concordam que houve esse aumento. Entre os de 2º grau, 88,4% também concordam. Dos ministros de Tribunais Superiores, 92,9% concordam que os números aumentaram. Já entre os juízes e desembargadores inativos, o nível de concordância é menor, mas ainda assim, grande: 77,3% consideram que houve aumento nos índices desses transtornos entre os magistrados.

t

Atividades contra efeitos negativos

A pesquisa da AMB também elenca o grau de realização de atividades praticadas por magistrados para se minimizar os efeitos negativos da rotina de trabalho na saúde e qualidade de vida. De acordo com os dados*, entre os magistrados que realizam essas atividades, a prática de esportes/academia é a mais comum, mas há também o uso de medicação, terapia e a realização de trabalho voluntário para o alcance do bem-estar.

t

t

*Foram entrevistados 2.756 juízes de 1º grau em atividade; 352 juízes de 2º grau em atividades; 359 juízes e desembargadores inativos; e 14 ministros de Tribunais Superiores.

Patrocínio

Patrocínio Migalhas