Advogados e colaboradores estariam poupando Judiciário em delações, acredita procurador
Carlos Fernando Lima fala em filtros para evitar que Lava Jato chegue ao Judiciário. Discussão já havia sido levantada por Eliana Calmon.
Da Redação
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019
Atualizado às 09:33
A Lava Jato começou devastando o Poder Legislativo. Não demorou para que chegasse também ao Executivo. Mas, e quanto ao Judiciário?
No Legislativo, mais de 50 parlamentares estão envolvidos, vários deles condenados. Sobre o Poder Executivo, temos hoje um ex-presidente condenado, outro denunciado. Mas há quem aposte que a grande incógnita está no Judiciário. Afinal, a operação vai chegar aos problemas da Justiça?
O procurador da República Carlos Fernando Lima, que esteve à frente da força-tarefa por mais de quatro anos, acredita que pode haver uma omissão proposital por parte de advogados e colaboradores.
O mesmo foi apontado, no ano passado, pela ministra aposentada do STJ e ex-corregedora Nacional de Justiça Eliana Calmon. Segundo ela, para os próprios advogados não é interessante que haja delação de magistrados. "Os juízes não perdoam."
CPI do Judiciário
Pensando na necessidade de fiscalização dos membros da Justiça, o senador Alessandro Vieira apresentou, na última terça-feira, 5, recomendação sobre a abertura de CPI para investigar membros das Cortes Superiores.
O documento já tem as 27 assinaturas necessárias para a abertura da Comissão. Cabe, agora, ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, decidir pela instalação.