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Profissionais ganham novo status e trocam escritórios de direito por carreira corporativa

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Da Redação

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Atualizado às 08:31

 
Carreira corporativa

O gerente da área legal da consultoria Michael Page International, especializada em recrutamento de executivos, Pedro Amaral Dinkhuysen, no jornal Estado de S.Paulo de hoje, comenta o novo papel do advogado, que está trocando o escritório de direito por carreira corporativa. Veja abaixo a matéria na íntegra.

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Advogados viram executivos

 

Profissionais ganham novo status e trocam escritórios de direito por carreira corporativa

 

Márcio Calvancanti não hesitou em trocar o escritório de advocacia próprio que coordenou durante 11 anos por um cargo executivo. Acostumado com o dia-a-dia dos fóruns e processos, enxergou no mundo corporativo a oportunidade de poder ter papel ativo na tomada de decisões de um negócio. "Deixei de ser um simples consultor para ser uma pessoa que auxilia a empresa não só nas estratégias de longo prazo, mas que avalia os riscos envolvidos em todos os projetos", diz ele, hoje diretor - jurídico tributário da rede Wal-Mart no Brasil.

 

Isso só foi possível graças a uma mudança na cultura desta área nos últimos cinco anos. No lugar de departamentos jurídicos inchados e que apenas dizem se uma idéia pode ser aprovada ou não, as empresas estão atrás de advogados que podem ter participação efetiva na estratégia do negócio.

 

Segundo Pedro Amaral Dinkhuysen, gerente da área legal da consultoria Michael Page, especializada em recrutamento de executivos, as contratações na área estão aquecidas.

 

"Hoje em dia, o diretor do setor tem um peso muito grande na estrutura executiva e tem de ser uma pessoa de estratégia e negócios, não mais alguém que só aprova documentos."

 

Cavalcanti, por exemplo, tem entre suas principais missões explicar à matriz do Wal- Mart, nos EUA, como o negócio deve ser tocado no Brasil para estar dentro da lei. "A legislação brasileira não é complexa, mas confusa, e é muito trabalhoso acompanhar de perto a visão estratégica da companhia para que ela opere sem problemas."

 

Posições como a dele estão em alta. Um diretor de grande empresa, diz Dinkhuysen, tem salário médio de R$ 20 mil, podendo alcançar R$ 40 mil, fora os bônus, conforme o setor. "O diretor-jurídico está sendo valorizado, pois a carga tributária é muito grande e as empresas têm necessidade de buscar alternativas a todo momento para não perder dinheiro."

 

Ricardo Zangirolami, diretor-jurídico da empresa de energia Elektro, foi contratado justamente para reestruturar o departamento.

 

Uma das primeiras providências foi reduzir o número de advogados de 25 para 15. "O advogado na empresa não pode ficar só esperando ordens", diz. "Hoje, já recebe novas metas, como coordenar a governança corporativa e a ética, sempre visando a sustentabilidade do negócio." Na Elektro, cerca de 80% dos processos em tribunais foram entregues a escritórios terceirizados.

 

Os advogados que estão lá se dedicam apenas à tomada de decisões. "Todos precisam ter visão empresarial e até mesmo os gerentes da área participam do planejamento estratégico da companhia."

 

Thiago Côrte Real, diretor jurídico da Computer Associates, empresa do setor de tecnologia, também ajuda a fechar negócios. "Hoje analisamos tudo, do começo de um projeto até sua finalização, sempre protegendo os interesses da companhia."

 

Na empresa dele, que negocia licenciamento de softwares, é papel da sua equipe ajudar a área comercial. "Buscamos meios para que a negociação com o cliente seja viabilizada."

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