Ao prender investigados na Lava Jato, PF é acusada de cometer um ato horrível
PF teria deixado filha pequena de uma das investigadas sob cuidados de um agente até que chegasse, tempos depois, um parente.
Da Redação
sexta-feira, 3 de agosto de 2018
Atualizado às 20:10
A PF prendeu nesta sexta-feira, 3 de agosto, três pessoas no Rio de Janeiro em desdobramento das operações Eficiência e Calicute, as quais apuram corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o multifacetado Sérgio Cabral.
O principal alvo da ação, denominada "Hashtag", era o empresário Eduardo Plass, dono do TAG Bank/Panamá e presidente da gestora de recursos Opus Investimento.
Ele é acusado de ter usado seu banco no exterior em operações simuladas de câmbio envolvendo a H.Stern, dos quais R$ 6 milhões teriam ligação com o indigitado ex-governador.
O que chama a atenção no caso é que se trata de uma irregularidade nitidamente de cunho administrativo, certamente punível pelo Banco Central, que é a autoridade financeira, e apenas eventualmente com implicação criminal. De maneira que, assim como em outros casos, não há periculosidade que justifique um, naturalmente violento, decreto prisional temporário antes do devido processo legal.
E, pior do que ser uma irregularidade com tais atributos, além do banqueiro foram presas as executivas da instituição financeira, Maria Kos e Priscila Moreira Iglesias, muito provavelmente porque assinam os contratos das operações, coisa que se faz no dia a dia, sem nenhum dolo.
Mas há uma informação ainda mais aterrorizante envolvendo esse caso.
Com efeito, Lauro Jardim, em sua coluna d'O Globo, conta um dado escabroso, e que está a merecer repúdio geral. O jornalista informa que Maria Kos estava sozinha em casa, com a filha de dez anos, quando os policiais bateram, às 6h.
Ao chegarem abanando o mandado de prisão, teriam levado a mãe, deixando a filha pequena, evidentemente traumatizada com a situação, sob os cuidados de um agente da PF, até que chegasse, tempos depois, um parente. Ou seja, nem sequer teriam esperado alguém chegar.
Ao saber da nota, cujo teor é repetido por várias pessoas, a PF teria informado ao Globo que a mãe só foi definitivamente levada quando da chegada do pai.
Se for fato que a PF cometeu um desatino desse, é o caso de apuração rigorosa das condutas. A situação se assemelha à recente polêmica nos EUA, quando os imigrantes eram separados de seus filhos. O mundo inteiro criticou a administração de Donald Trump, o qual se viu forçado a mudar de posição.
Será que vamos, agora, começar a imitar as coisas erradas?