Líderes nacionais debatem desafios políticos e jurídicos do Brasil
Evento reuniu ministros, advogados, empresários e jornalistas.
Da Redação
sexta-feira, 11 de maio de 2018
Atualizado às 21:57
Aconteceu hoje, em SP, o "I Encontro de Lideranças Nacionais - Eleições 2018: os desafios econômicos, políticos e jurídicos do Brasil". Ao abrir o evento, o ministro aposentado Nelson Jobim tratou sobre as perspectivas para a eleição 2018. Para ele, é necessário repensar o modelo político, já que o sistema atual desestimula candidaturas e impede a renovação.
Na sequencia, o jornalista William Waack, mediado e provocado pela advogada eleitoral Karina Kufa, fez uma análise conjuntural da política e criticou o STF e a minirreforma eleitoral no que diz respeito ao fim do financiamento empresarial de campanhas políticas. Para ele o crowdfunding poderá dar início a uma espécie de 'caixa 3'.
Com um formato inovador e de fácil interação entre palestrantes e participantes, o período da tarde foi tomado por 'mesas redondas' que reuniram ministros do TSE, comunicadores políticos e operadores do direito para discutir os impactos econômicos das eleições e as novas regras eleitorais para o pleito deste ano.
Moderador de um dos painéis, o ministro Dias Tóffoli, do STF, ao ser questionado sobre o protagonismo do judiciário, afirmou que o grande desafio é atuar com prudência, porque a sociedade vai cobrar deles eficiência (rapidez, segurança e fundamentação), transparência e responsabilização. "Temos que nos mostrar para a sociedade e ser o grande árbitro da nação brasileira."
Encerrando o evento, o apresentador Luciano Huck e a empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, levantaram questões de engajamento da sociedade civil e participação política.
Importante líder feminina, a dona da rede varejista, criticou firmemente a inércia da população brasileira em assistir de forma complacente a troca de cargos ministeriais por favores políticos a legendas partidárias, que se alternam de acordo com o interesse de quem está no poder, em detrimento ao desenvolvimento do país. Para ela, é preciso que os ministros sejam escolhidos por headhunters de acordo com suas habilidades para chefiar essa ou aquela pasta e que fiquem por um período de quatro anos no cargo. A empresária prometeu levar o projeto à Brasília ainda neste ano, porque "a sociedade precisa deixar de ser futurista, para ser 'agorista'".
Já Luciano Huck falou sobre suas aspirações políticas e sua contribuição frente aos movimentos "Renova" e "Agora". Para ele, neste momento, é mais importante que ele seja uma voz ativa no jogo eleitoral do que um candidato. O apresentador, sondado por diversos partidos para a concorrer à presidência da república, afirmou que não vê no cenário político "nenhuma liderança que ele admire 'de fato'". Ainda sobre uma possível candidatura, ele disse que ainda tem tempo para pensar nisso mais pra frente de forma mais preparada. Afirmou também que todo esse processo transformou seu último ano no mais intenso de toda sua vida e serviu para que ele conhecesse vários partidos. "Em todos há pessoas boas e ruins. O que é mais difícil é separar o joio do trigo."
Ao questionar Luiza sobre a doação dela como pessoa física para candidatos, Huck revelou ainda que irá contribuir financeiramente para o PPS e que fará o possível para conscientizar as pessoas do voto limpo. "A gente vai criar o Tinder do voto, um aplicativo que usa inteligência artificial para ajudar o eleitor a escolher seu candidato". Quem baixar o app deverá responder perguntas como plataformas em que acredita e região onde mora.
Após a breve experiência política, o apresentador apontou a imprensa como uma das grandes responsáveis pela falta de renovação, já que qualquer pessoa que se interesse em concorrer a qualquer tipo de cargo é prontamente 'desconstruída' pela mídia.
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