"Muitas vezes estar no plenário significa não estar trabalhando em coisas importantes", diz Barroso
Após Marco Aurélio sugerir sessões extras, Barroso afirmou que ministros não trabalham só no plenário.
Da Redação
quinta-feira, 5 de abril de 2018
Atualizado às 17:48
Às vésperas da conclusão da sessão plenária desta quinta-feira, 5, no Supremo, na qual foi esgotada a pauta de julgamentos, o ministro Marco Aurélio pediu a palavra para uma sugestão que, anunciou, poderia desagradar os colegas: ante a sobrecarga de processos, preconizou se não seria o caso de a Corte realizar sessões extraordinárias matutinas, às quartas e quintas-feiras, e ainda que o encerramento das sessões se desse apenas após esgotada a pauta designada para o dia.
A presidente Cármen Lúcia observou que vinha realizando sessões extras às primeiras quartas-feiras de cada mês, mas que os ministros ponderaram, diante de outros compromissos de gabinete, atendimento, audiências. De toda sorte, apontou que, na próxima sessão administrativa, espaço mais adequado para a discussão, um dos objetos seria este.
Foi então que o ministro Luís Roberto Barroso ponderou que os ministros não trabalham só quando estão sentados no plenário.
"Nós trabalhamos de manhã, antes do plenário, trabalhamos de noite, depois do plenário. Seja discutindo o processo, seja atendendo advogados. Portanto, muitas vezes, estar no plenário significa não estar trabalhando em coisas importantes. Portanto, a gente não trabalha só quando está presente no plenário, e, às vezes, é mais produtivo quando está fora do plenário."
Em face da observação, Carmen lembrou que, no último dia 3, no CNJ, teve a oportunidade de esclarecer essa questão para que as pessoas não assistam às sessões e imaginem que este seja o único momento em que os ministros trabalham, já que a preparação dos votos, debates e estudos são feitos fora do plenário.
"O trabalho na retaguarda é muito mais pesado do que o trabalho em sessões, no colegiado", finalizou Marco Aurélio.