Gasto eleitoral brasileiro pode superar Grã-Bretanha e Alemanha
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Da Redação
quinta-feira, 6 de julho de 2006
Atualizado às 08:30
Exagero
Gasto eleitoral brasileiro pode superar Grã-Bretanha e Alemanha
Os gastos de campanha dos dois principais candidatos à presidência do Brasil neste ano podem superar os valores registrados nas últimas eleições da Grã-Bretanha e da Alemanha.
Juntos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) poderão gastar até o limite máximo de R$ 174 milhões, de acordo com os valores registrados pelos partidos no TSE.
Na Grã-Bretanha, os partidos Trabalhista e Conservador declararam gastos de cerca de R$ 144 milhões nas eleições de 2005.
Na Alemanha, os partidos de Angela Merkel e Gerhard Schröder investiram, ao todo, aproximadamente R$ 134 milhões - também segundo os números registrados na Justiça.
Blair e Merkel
Na Grã-Bretanha, onde Tony Blair foi reconduzido ao cargo de primeiro-ministro no ano passado, o partido Trabalhista e o Conservador gastaram, cada um, R$ 72 milhões (ou 17,9 milhões de libras esterlinas) nas suas campanhas.
A população da Grã-Bretanha é de 59 milhões de pessoas, menos de um terço da população brasileira, mas a economia britânica é cerca de três vezes e meia maior que a brasileira.
O ex-primeiro-ministro alemão Gerhard Schröder, que perdeu a chance de se reeleger no ano passado, gastou cerca de R$ 70 milhões (ou 25 milhões de euros).
A conservadora Angela Merkel venceu a eleição, mesmo gastando menos - R$ 64 milhões (23 milhões de euros).
A população da Alemanha é menor do que metade da brasileira; mas o PIB, quatro vezes maior.
Diferenças
Além de população, economia e do tamanho dos países; há outras diferenças.
Tanto na Alemanha como na Grã-Bretanha as eleições são distritais (pura na Grã-Bretanha e mista na Alemanha), então os gastos incluem as campanhas dos candidatos ao legislativo e os gastos são mais pulverizados.
Os valores efetivamente gastos por Lula e Alckmin em 2006 também devem ser menores do que os declarados ao TSE, já que os números divulgados hoje são os limites máximos de campanha.
Em 2002, o PT declarou que gastaria até R$ 56 milhões na campanha para a Presidência, mas usou oficialmente apenas R$ 39 milhões.
José Serra (PSDB), que disputou o segundo turno, declarou ter gasto R$ 34 milhões, de um limite máximo de R$ 60 milhões.
Se a campanha brasileira tem potencial de ser mais cara do que na Europa, os valores são muito menores do que os gastos nos Estados Unidos.
Em 2004, George W. Bush e John Kerry investiram mais de R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 785 milhões da campanha de reeleição do republicano.
Um gasto americano nove vezes superior ao brasileiro, para um país com uma população de 60% maior do que a brasileira.
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