Temer diz que não renuncia: "Não podemos jogar no lixo da história tanto trabalho feito em prol do país"
Veja trechos do pronunciamento feito há pouco.
Da Redação
quinta-feira, 18 de maio de 2017
Atualizado às 16:13
Após correr o mundo a notícia da renúncia de Michel Temer, o presidente acaba de fazer pronunciamento afirmando que não vai sair: "Meu único compromisso é com o Brasil!".
Leia o pronunciamento feito nesta quinta-feira, 18, às 16h10
"Tentei conhecer o conteúdo das gravações que me citam. Solicitei oficialmente ao STF acesso a esses documentos, mas até o momento não consegui.
Meu governo viveu nessa semana seu melhor e pior momento. Os indicadores de queda de inflação, os números de retorno de crescimento da economia e os dados de geração de empregos criaram esperança de dias melhores. O otimismo retomava e as reformas avançavam no Congresso.
Ontem, a revelação de conversa grava clandestinamente trouxe de volta o fantasma de crise política de proporção não dimensionada.
Todo o imenso esforço pode se tornar inútil. Não podemos jogar no lixo da história tanto trabalho feito em prol do país. Não renunciarei. Repito: não renunciarei. Meu único compromisso é com o Brasil."
O presidente disse que provará sua inocência e que não precisa de foro privilegiado.
A crise se instala novamente após a divulgação de trecho de delação da JBS. Os donos do grupo JBS, Joesley e Wesley Soares, teriam entregado ao MP uma gravação de diálogo com Temer, ocorrido no dia 7 de março, no Palácio do Jaburu, em que o presidente teria dado aval a uma operação para "comprar o silêncio" do deputado cassado Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, preso no âmbito da Lava Jato.
Diante dos fatos, o ministro Fachin autorizou, nesta quinta-feira, 18, a abertura de inquérito para investigar Michel Temer. O pedido foi feito pelo PGR, Rodrigo Janot. Fachin homologou, também nesta quinta, a delação premiada dos donos do grupo JBS.
Michel Temer assumiu definitivamente a presidência em 31 de agosto de 2016, após o Senado Federal aprovar o processo de impeachment e afastar a presidente Dilma Rousseff do cargo. Durante o período de afastamento temporário de Dilma, Temer permaneceu como presidente interino por 111 dias.