Invasão na Câmara causa tumulto e deixa feridos
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Da Redação
quarta-feira, 7 de junho de 2006
Atualizado às 07:50
MLST
Invasão na Câmara causa tumulto e deixa 24 feridos
Um carro que estava parado em frente ao anexo 2 da Câmara foi derrubado pelos manifestantes.
Depredação, pânico e 24 pessoas feridas, uma delas em estado grave, foram o saldo deixado ontem na Câmara pela invasão de cerca de 400 manifestantes do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), uma dissidência do MST. O Departamento de Polícia Legislativa (Depol) da Câmara deteve diversos manifestantes, entre eles um dos líderes do movimento, Bruno Maranhão. A prisão havia sido decretada pelo presidente Aldo Rebelo, logo após a invasão das dependências da Casa.
Violência
Depois de virarem um automóvel Fiat Uno no estacionamento do anexo 2, os manifestantes, munidos de paus e pedras, quebraram a porta de vidro do anexo e entraram na Câmara destruindo vários equipamentos, os postos informatizados de atendimento ao público, a exposição da EcoCâmara e a porta de vidro da Taquigrafia. Houve início de pânico entre os servidores e visitantes que estavam no local. O grupo ocupou o Salão Verde por pouco mais de uma hora, tentando uma audiência com o presidente Aldo Rebelo.
Feridos
Os feridos - servidores, funcionários terceirizados da recepção, policiais militares e do Depol, e sem-terra - foram atendidos no ambulatório do Departamento Médico. O caso mais grave é o do operador de Apoio Logístico do Depol, Normando Fernandes, que está internado na UTI de um hospital de Brasília em razão de afundamento craniano frontal esquerdo e edema cerebral.
Reforma Agrária
Na justificativa dos manifestantes, a violência foi um desdobramento da repressão policial que eles teriam sofrido na chegada ao Congresso Nacional. Nesta terça-feira, segundo o militante Bruno Maranhão, terminaria uma marcha para entregar uma carta com reivindicações aos presidentes da Câmara e do Senado. "Era um movimento pacífico, mas a polícia nos agrediu. Tivemos que reagir", afirmou Maranhão.
Durante o tempo em que permaneceram no Salão Verde, os manifestantes pediram a revogação da MP 2183/01, editada ainda no Governo Fernando Henrique Cardoso. A medida estabelece que toda propriedade ocupada fica impedida de ser vistoriada para a reforma agrária. Para a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), havia pessoas infiltradas no grupo. "É claro que há gente infiltrada, pois esses manifestantes até agora não apresentaram uma liderança e sabem que aqui também há deputados com quem podem contar", afirmou.
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