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Volume de trabalho

Juiz proíbe vistas dos autos conclusos: "preciso dar conta dos processos"

Magistrado de Itaguaçu/ES destacou que, muitas vezes, o advogado não conseguirá consultar processos porque são levados para a casa, "onde é praticado o maior volume de trabalho, nas horas de folga".

Da Redação

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Atualizado às 09:38

Os advogados, funcionários e partes de processos que tramitam em Itaguaçu/ES estão proibidos de consultar autos processuais conclusos. A determinação é do juiz de Direito José Rodrigues Pinheiro, titular da vara única da comarca, e data do dia 1º deste mês.

Veja o cartaz.


Em conversa com o Migalhas, José Rodrigues Pinheiro explicou que a retirada dos autos atrapalha o trabalho e que "precisa dar conta dos processos".

"O juiz não consegue despachar processos porque a todo momento o advogado não quer aguardar a decisão. Pretende ver os autos, ainda que estejam sob os olhos do juiz. Isso, realmente, não aceitarei, porque me atrapalha. Preciso dar conta dos processos. Entendo a aflição dos advogados em querer as decisões mais rápidas possíveis, mas não posso parar de trabalhar com o processo para que ele retorne ao cartório a fim de que o advogado possa ter carga. Além do mais, o retorno dos autos ao cartório, sem despacho, pode denotar que o juiz não está trabalhando. Digo isso, quando passado algum tempo e alguém olhar como foi o andamento, vai encontrar retornos ao cartório sem despachos."

O juiz também destacou que o alto volume de processos obriga o magistrado a levar trabalho para a casa.

"Muitas outras vezes, o advogado não vai conseguir olhar os autos conclusos, até mesmo porque muitos deles são levados para casa, porque é onde é praticado o maior volume de trabalho, nas horas de folga, nos finais de semana, etc."

Ordem cronológica

No aviso, o juiz dá destaque ao que prevê o art. 12 do CPC/15, o qual estabelece que juízes e tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão.

Ele afirma que advogados, "principalmente os mais jovens", estão todos os dias no gabinete pretendendo preferências de andamento.

"Não é porque o advogado está no fórum que o seu processo tem que ser despachado na frente de muitos outros que estão aguardando."

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