Detentos constroem "favela marmitex" em presídio de Roraima
Ala composta por barracos de lona, madeira e tampas de marmitex abriga os presos.
Da Redação
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
Atualizado às 08:01
O presídio em que ocorreu na semana passada a morte de 33 detentos é "uma favela de verdade". As palavras são do juiz de Direito Marcelo Oliveira, da vara de Execuções Penais de Boa Vista/RR.
Mais de 280 detentos vivem em uma ala de barracos de lona, madeira e tampas de marmitex, espaços construídos pelos próprios presos com material enviado por familiares (e autorização da direção do presídio).
O governo do Estado afirmou que construirá até o fim do ano um novo presídio com capacidade para 390 detentos. Até lá, contudo, os atuais detentos vivem em condições desumanas, conforme disse o magistrado da vara de Execuções. "Nós precisamos de outro presídio. O governo não vai conseguir organizar aquilo."
Violência
O ano de 2017 começou com a explosão da crise carcerária: duas rebeliões deixaram mais de 100 mortos em presídios de Manaus e Boa Vista.
Como resposta, o governo Federal anunciou o Plano Nacional de Segurança Pública, que pretende reduzir os homicídios dolosos, feminicídios e a violência contra a mulher, além de intensificar o combate ao crime organizado transnacional.
Mesmo assim, o Conselho Federal da OAB anunciou que levaria à Corte Interamericana de Direitos Humanos os casos ocorridos.