MIGALHAS QUENTES

  1. Home >
  2. Quentes >
  3. Sérgio Machado diz que repassou propina a mais de 20 políticos
Delação premiada

Sérgio Machado diz que repassou propina a mais de 20 políticos

Documento da delação premiada foi divulgado nesta quarta-feira.

Da Redação

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Atualizado às 09:27

O ministro Teori Zavascki retirou nesta quarta-feira, 15, o sigilo do acordo de colaboração premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. O acordo foi homologado no fim de maio. Confira a íntegra:

Das quase 400 páginas, destaca-se a alegação de que Machado teria repassado propina a mais de 20 políticos de seis partidos (PMDB, PT, PP, PC do B, PSDB e DEM). Entre os citados estão o presidente interino Michel Temer, o presidente do PSDB senador Aécio Neves, e o presidente do Senado Renan Calheiros.

A propina, segundo o delator, era paga por meio de doações eleitorais oficiais, sendo que alguns políticos também receberam dinheiro em espécie. Ele afirma que Michel Temer pediu doação de R$ 1,5 milhão; que na eleição de 1998, Aécio recebeu R$ 1 milhão; que Renan Calheiros recebia uma "mesada" de R$ 300 mil; que Jucá recebeu R$ 21 milhões em propinas; que o ex-presidente da Câmara Henrique Alves recebeu R$ 1,55 milhão, entre 2008 e 2014; que o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão pediu R$ 500 mil por mês.

Machado relatou que os pedidos de doações eram repassados por ele a empreiteiras contratadas pela Transpetro. Ele procurava "diretamente o dono ou o presidente" da empreiteira e pedia o dinheiro; após a resposta positiva, inventava o nome de uma pessoa que iria procurar os recursos em endereço e data previamente indicados pela empreiteira; depois procurava o político ou um preposto dele e passava as informações do local da entrega do dinheiro e o codinome que ele havia inventado anteriormente e que deveria ser usado na apresentação. "Nenhuma das partes (empresa e políticos) sabia quem era quem, a não ser no caso das doações oficiais."

No acordo, o delator se compromete a devolver aos cofres públicos R$ 75 milhões que teria recebido de propina enquanto comandou a estatal, de 2003 a 2014, sendo R$ 10 milhões pagos até o fim deste mês e os outros R$ 65 milhões até o fim de 2017.

Pelo termo, a pena máxima imposta a Machado será de 20 anos, mas cumprirá apenas 3 anos em prisão domiciliar. Nesse período, deverá permanecer em casa por 2 anos e 3 meses. Depois, poderá sair para prestar serviços comunitários.

Migalhas nº 3.871

Na edição do dia 30 de maio de 2016, Migalhas dizia:

Sub judice

As gravações de Sérgio Machado vão gerar profundo debate no Judiciário acerca da validade da prova captada à sorrelfa entre cúmplices.

Opacidade

As conversas esconsas do ministro da Transparência são a pauta da semana.

Não convidem para a mesma mesa

Nas gravações, percebe-se que, no PMDB, Rodrigo Janot é persona non grata.

Até tu ?

O senador Sarney, homem experiente, macaco velho na política, cair numa esparrela dessas, é algo impensável. Mas vendo de perto (o certo seria ouvindo), entende-se. É que Sarney conheceu Sérgio Machado, hoje com 69 anos, ainda cheirando aos cueiros. Dezessete anos à frente na existência, Sarney foi contemporâneo do pai de Sérgio Machado. Por isso, ser gravado por quem já convive há mais de meio século, é cafajestada que nem ele, velhaco como é, poderia prever.

Falou demais

Na gravação envolvendo o ex-presidente Sarney, discutiu-se uma forma de se chegar ao ministro Teori. Diz-se que um ilustre ex-companheiro aposentado do STJ, já advogando há quase quatro anos, e um advogado conterrâneo, mas estabelecido em Brasília, seriam amigos do ministro. Podem até ser, mas isso não quer dizer nada. De um lado, o ministro sabidamente não se influencia por quem quer que seja. Aliás, não foram poucos os panegíricos que Migalhas já fez ao ministro, louvando o fato de um processo tão complicado ter, justamente, S. Exa. como relator. Isso é uma dádiva para a história do Brasil. De outro lado, quem vive na comunidade jurídica e conhece os dois causídicos sabe, pelo conceito que desfrutam, que nenhum deles iria utilizar eventual amizade como mercadoria, por isso a menção feita pelo ex-presidente é de uma falta de polidez que não condiz com a elegância costumeira que ele trata a política. Aliás, o próprio ex-presidente Sarney, mostrando o verniz que lhe é peculiar, tratou logo de fazer um desmentido público, pedindo desculpas aos advogados, afirmando, ademais, que jamais falou com eles sobre esse assunto.

Disco de ouro

Luís Fernando Veríssimo : "Da Florença dos Bórgias, se dizia que cada corredor mal iluminado escondia uma conspiração. Em Brasília dispensam os corredores e as sombras, as conspirações são a céu aberto - só, às vezes, ao alcance de um gravador malandro. Espera-se para breve a edição em CD das conversas gravadas. Já existem as favoritas do público.

- Gostei mais da do Jucá.

- Que é isso. Sarney toda a vida.

E parece que já há um estribilho, a ser cantado em uníssono por todos no início do CD :

"Quem tem medo do Moro mau, do Moro mau, do Moro mau...?"

Patrocínio

Patrocínio Migalhas
Flávia Thaís De Genaro Sociedade Individual de Advocacia

Escritório de advocacia Empresarial, Flávia Thaís De Genaro Sociedade Individual de Advocacia atua nas áreas Civil, Tributária e Trabalhista. Presta consultoria em diversos segmentos da Legislação Brasileira, tais como: Escrita Fiscal, Processo Civil e Alterações do Novo Código de 2002, Falências,...

NIVIA PITZER SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA
NIVIA PITZER SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA

NIVIA PITZER SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA

instagram
NEDER DA ROCHA & ADVOGADOS
NEDER DA ROCHA & ADVOGADOS

NEDER DA ROCHA & ADVOGADOS ASSOCIADOS