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Justiça gratuita

Juiz condena beneficiário de justiça gratuita por pedir mais do que obtivera na decisão

Decisão se deu com base em autorização do CPC/15.

Da Redação

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Atualizado às 11:11

O juiz Gustavo de Azevedo Marchi, da 1ª vara Cível de Itapevi/SP, condenou portador do benefício de justiça gratuita, por pedir mais do que obtivera na decisão, no cumprimento de sentença.

O beneficiário deverá pagar as custas e despesas processuais, bem como honorários advocatícios, fixados em 20% do valor do excesso. Além disso, o magistrado excluiu os ônus da sucumbência da gratuidade da Justiça deferida a ele na fase de conhecimento, nos termos do art. 98, §5º, do CPC/15.

"Art. 98 ....

§ 5º A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento."

No caso, o juiz considerou ser "teratológica" a interpretação dada pelo demandante de que "a condenação abarcaria as despesas cartorárias havidas pelo impugnado anteriores à desapropriação, incluindo aquelas que teve com a própria aquisição do imóvel".

Isso porque, no seu entendimento, "considerando que os autos versaram sobre as cobranças de IPTU contra o impugnado após a desapropriação operada pela expropriante, evidente que a decisão deve ficar circunscrita aos danos sofridos pelo impugnando com o registro respectivo (desapropriação)".

O advogado Edgard Silveira Bueno filho representou a impugnante no caso.

Veja a decisão:

Trata-se de impugnação ao cumprimento de sentença ajuizada às fls. 04/07 por ELETROPAULO METROPOLITANA ELETRICIDADE DE SÃO PAULO LTDA. alegando excesso de execução.

O impugnado se manifestou às fls. 12/13 sustentando a correção dos cálculos que apresentou.

É o relatório. FUNDAMENTO E DECIDO.

A sentença exequenda condenou o impugnante ao pagamento ao autor das despesas com o Cartório de Registro de Imóveis.

Na fundamentação, foi declarado que o pedido de danos materiais procediam em parte, já que demonstrado apenas o pagamento das despesas com o Cartório de Registro de Imóveis.

Considerando que os autos versaram sobre as cobranças de IPTU contra o impugnado após a desapropriação operada pela expropriante, evidente que a decisão deve ficar circunscrita aos danos sofridos pelo impugnando com o registro respectivo (desapropriação).

Não há qualquer nexo, sendo interpretação teratológica, a dada pelo impugnado no sentido de que a condenação abarcaria as despesas cartorárias havidas pelo impugnado anteriores à desapropriação, incluindo aquelas que teve com a própria aquisição do imóvel.

Ante o exposto, ACOLHO a impugnação ao cumprimento de sentença, homologando os cálculos apresentados pelo impugnante às fls. 08.

Condeno o impugnado no pagamento das custas e despesas processuais, bem como em honorários advocatícios, fixados em 20% do valor do excesso, nos termos do art. 85, §2º, do Novo Código de Processo Civil, autorizado o desconto do valor da condenação.

Nos termos do art. 98, §5º, do Novo Código de Processo Civil, e considerando que as custas e honorários serão descontados do valor da condenação, excluo os ônus da sucumbência da gratuidade da justiça deferida ao impugnado na fase de conhecimento.

Intimem-se.

Itapevi, 11 de abril de 2016.

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