MPF nega existência de delação ou leniência da Odebrecht
Força-tarefa disse: "a simples intenção demonstrada não tem o condão de descaracterizar a contínua ação do Grupo Odebrecht em obstruir as investigações em andamento".
Da Redação
quinta-feira, 24 de março de 2016
Atualizado às 07:36
A força-tarefa da Lava Jato emitiu nota afirmando que sequer teve início negociação sobre acordos de colaboração com executivos ou leniência com o Grupo Odebrecht. A nota contradiz a empresa, que na terça-feira, 22, afirmou em comunicado intitulado"Compromisso com o Brasil", que após avaliações e reflexões de acionistas e dos executivos, a empresa iria colaborar de forma "definitiva" com as investigações da Lava Jato.
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Veja abaixo a nota da Odebrecht.
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Nota pública
O Ministério Público Federal, diante da nota emitida pelo Grupo Odebrecht em 22 de março de 2016, bem como da sua repercussão na imprensa, vem esclarecer:
1. Não existe sequer negociação iniciada sobre acordos de colaboração com executivos ou leniência com o Grupo Odebrecht.
2. A simples manifestação dessa vontade pela imprensa, seja por indivíduos, seja por qualquer grupo empresarial investigado, não possui qualquer consequência jurídica, motivo pelo qual as investigações e atos processuais continuarão em andamento.
3. A divulgação de qualquer intenção de acordo através de imprensa fere o sigilo das negociações exigido pela lei para a celebração do acordo.
4. A simples intenção demonstrada não tem o condão de descaracterizar a contínua ação do Grupo Odebrecht em obstruir as investigações em andamento, como ficou caracterizado na recente 26ª fase da Operação Lavajato, com a tentativa de destruição de seu sistema de controle informatizado de propina.
5. O Ministério Público Federal mantém o entendimento de que acordos de leniência e de colaboração premiada somente são possíveis com o completo desvelamento, por parte dos envolvidos, dos fatos criminosos que já são investigados, além da revelação plena de outras ilegalidades que tenham cometido e que ainda não sejam de conhecimento das autoridades, e da reparação mais ampla possível de todas essas ilegalidades.