José Eduardo Alckmin: "Reforma para valer deve discutir com profundidade o parlamentarismo"
Ex-ministro do TSE crê que o sistema parlamentar poderá dar dinamismo ao governo.
Da Redação
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
Atualizado em 20 de agosto de 2015 13:58
"Reforma para valer haveria se nós adotássemos o parlamentarismo. Aí sim seria uma mudança radical em toda nossa cultura política."
Ao analisar o atual quadro político-econômico do país, o advogado José Eduardo Rangel de Alckmin (Ackmin Advogados), ex-ministro do TSE, onde atuou de junho de 1996 a junho de 2000, crê que o sistema parlamentar poderá dar dinamismo ao governo.
"Nós precisamos de um sistema que tenha válvula de escape para evitar a situação atual, que é caótica: o Congresso desautorizando a presidente; a presidente acuada. Para ter reforma para valer é discutir com profundidade essa questão do parlamentarismo."
José Eduardo Alckmin elencou algumas modificações que são importantes para o país no momento. Segundo ele, algo "revolucionário" e ao mesmo tempo uma medida simples, "que poderia ser feita até pelo Judiciário", seria a divisão das sobras na eleição. "Essas coligações espúrias são formadas porque os partidos políticos pequenos acham que têm chance de emplacar um candidato, um deputado. Se se fizesse uma distribuição das sobras pelo número de votos efetivamente obtidos, aí acho que teria uma distribuição mais equânime."
Ao declarar que é a favor do sistema proporcional, o advogado categoricamente afirmou que "essa multiplicidade de partidos acaba atrapalhando o jogo eleitoral".
Acerca do financiamento de campanhas políticas, José Eduardo Alckmin avalia que impedir doações de pessoas jurídicas "é facilitar a vida do candidato que já está no governo". "Esse já tem visibilidade, está todo dia nos jornais, é visto, e é isso que dá elegibilidade, porque quem está tendo votação? Quem está na mídia."
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Confira a íntegra da entrevista de José Eduardo Rangel de Alckmin.