DNA inocenta preso após 18 anos
Da Redação
quarta-feira, 22 de março de 2006
Atualizado às 08:45
DNA inocenta preso após 18 anos
Wallis fora condenado por estupro após vítima identificar sua foto
Um homem que ficou 18 anos preso por supostamente invadir uma residência e atacar sexualmente uma mulher foi solto anteontem depois de exames de DNA o inocentarem.
O juiz John Creuzot, que não participou do processo original contra Gregory Wallis, 47, disse: "Não sei como pedir desculpas. Não sei por onde começar, mas começarei por mim mesmo e "sinto muito'".
O juiz concedeu a liberdade, mas o processo que reverte a condenação ainda está em andamento.
Wallis, então um funcionário de depósito de 29 anos, foi condenado em 1988 a 50 anos de prisão por roubo com tentativa de atentado violento ao pudor.
O caso estava encerrado até Wallis pedir, em 2004, uma análise de DNA que acabou por mostrar que seu material genético não era compatível com aquele encontrado na casa da vítima.
A mulher havia escolhido a foto de Wallis entre outras apresentadas pela polícia, que tinha uma pista de seu envolvimento no crime. A vítima dissera que o criminoso possuía uma tatuagem, e ele tinha uma tatuagem semelhante àquela descrita pela mulher atacada.
"Não sei como ela me escolheu", disse o inocentado. "Eu estava em casa, e vieram me prender. Quando me dei conta já estava sendo julgado."
Testes preliminares feitos em dezembro não haviam sido suficientes para excluir a suspeita sobre Wallis. Seu advogado pediu um teste mais sofisticado, que mostrou não haver compatibilidade entre as provas e o DNA do preso.
Como outras pessoas inadequadamente condenadas no Estado do Texas, Wallis pode receber até US$ 250 mil em compensação pelos anos que passou preso. Após ser solto, ele disse apenas que estava ansioso para saborear um filé e pescar.
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Fonte: Folha de S.Paulo