Tarjas pretas em relatório da PF não impedem visualização de nomes
Relatório com análise de mensagens do executivo Marcelo Odebrecht cita pessoas com prerrogativa de foro.
Da Redação
quarta-feira, 22 de julho de 2015
Atualizado às 12:14
Assinado por agente da PF e datado do último sábado, 18, um relatório com análise de materiais arrecadados na casa e no escritório de Marcelo Odebrecht elenca detalhes de mensagens trocadas pelo executivo.
O relatório acaba por dar publicidade a nomes de agentes com prerrogativa de foro, que aparecem na transcrição das mensagens, ainda que a PF pretendesse preservar as informações fazendo uso de tarjas pretas ("A análise é realizada utilizando-se o material espelhado, sendo referendados neste relatório somente os dados que em tese possam ser úteis para a investigação em tela, ressalvo, porém, que em determinados pontos deste relatório foram colocadas tarjas a fim de preservar informações sobre possíveis agentes cujos cargos detém prerrogativa de foro.").
De fato, um simples "copia e cola" revela o que se tentou ocultar:
"Continuando, ainda relacionado a Rogerio Araújo, Marcelo ainda utiliza diversas siglas como PRC, EA, VH, JS, CMP, MG, as quais possivelmente se referem a Paulo Roberto Costa, Euzenando Azevedo (Odebrecht), Vitor Hallack (Camargo Correa), José Serra (Senador), Cesar Mata Pires (OAS) e Miguel Gradin."
Entre os nomes "escondidos" pelas tarjas, estão os de José Serra, José Eduardo Cardozo, Fernando Pimentel, Luís Adams, Edinho Silva, Haddad, Carlos Zaratini.
Divulgado amplamente na mídia, o documento faz diversas suposições sobre conteúdo e destinatários das mensagens.