Magistrado de SP é condenado por extorsão
Procuradoria-Geral de Justiça de SP denunciou que o juiz exigia da vítima dinheiro e bens para não decretar falência de empresa.
Da Redação
sexta-feira, 4 de julho de 2014
Atualizado às 08:12
O TJ/SP condenou o juiz de Direito Gersino Donizete do Prado à pena de oito anos e quatro meses de prisão em regime fechado por ter extorquido 177 vezes o empresário José Roberto Ferreira Rivello, de Santo André. A decisão unânime é do Órgão Especial.
A Procuradoria-Geral de Justiça de SP denunciou que o magistrado exigia da vítima dinheiro e bens que totalizaram R$ 500 mil ao longo de três anos, para não converter em falência o processo de recuperação judicial da empresa de Rivello. Prado era magistrado titular da 7ª vara cível de São Bernardo do Campo.
De acordo com o jornal Valor Econômico de hoje, 4, a denúncia relata que o juiz chegou a receber pagamentos de até R$ 20 mil por mês e exigiu da vítima uma gargantilha de ouro cravejada de esmeraldas e avaliada em R$ 11,5 mil; relógios de grifes de luxo como Rolex e Bvlgari, avaliados em R$ 20 mil e R$ 12,9 mil; três canetas da marca Mont Blanc, um notebook da marca Sony Vaio, uma mala de viagem Louis Vuitton, ternos super cem da Brooksfield, um telefone celular modelo Iphone, xampus que custavam R$ 500 a unidade.
A ação traz que o empresário foi obrigado a arcar com o conserto das rodas do automóvel do juiz e a pagar uma homenagem a ele na Academia Brasileira de Arte, Cultura e História.
Em 2011, a Corregedoria Geral afastou Gersino de suas funções por 90 dias para evitar "a possibilidade de (o magistrado) alterar provas e coagir testemunhas".