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Danos morais

Gilmar Mendes requer indenização por ofensas em livro sobre Operação Satiagraha

Segundo o ministro, a obra "Operação Banqueiro" é difamatória e distorce os fatos.

Da Redação

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Atualizado às 08:43

O ministro Gilmar Mendes ajuizou ação contra o jornalista Rubens Valente Soares, autor do livro "Operação Banqueiro" e, solidariamente, contra a editora responsável pela publicação. Segundo o ex-presidente do STF, que requer indenização por danos morais, a obra que trata da Operação Satiagraha é difamatória e distorce os fatos a fim de insinuar uma relação espúria entre ele e o banqueiro Daniel Dantas. O processo corre na 15ª vara Cível de Brasília/DF.

De acordo com Gilmar Mendes, o autor do livro pretende, "sob a pecha de investigação jornalística", propagar distorções, mentiras e despautérios sobre ele e outras pessoas relacionadas direta ou indiretamente à Operação Satiagraha.

"Já no título, o primeiro requerido deixa claro que não pretende dispor sobre a investigação Operação Satiagraha, mas sim divulgar, por conta própria, a suposta existência de articulação ou esforço conjunto, de contornos notadamente ilícitos, por ele nomeado - Operação Banqueiro."

Ao reivindicar a indenização, Gilmar Mendes atesta que o livro o acusa de não ser imparcial em sua atuação como juiz. Além disso, distorce sua biografia e deturpa o julgamento do 95.009, ao afirmar que as decisões proferidas contaram com empenho pessoal e ilegal do ministro para beneficiar os envolvidos na Operação Satiagraha.

Biografia

De acordo com o ministro do STF, Rubens Valente não poupou páginas para tratar distorcidamente de sua biografia, atacando sua carreira, família, relacionamentos e, principalmente, sua atividade judicante.

A defesa de Gilmar Mendes afirma que o jornalista procura desclassificar a conduta do ministro desde a suposto associação de seu pai e da origem de seu patrimônio com a ditadura militar, até sua atuação como membro do MP. Além disso, associa sua imagem ao ruralismo.

"Trata-se de verdadeira perseguição desprovida de ética, que há muito se distanciou da atividade informativa e inequivocamente extrapola os limites da liberdade de expressão, restando apenas a intenção injuriosa e difamatória."

Um Caso Excepcional

Em petição inicial, a defesa de Gilmar Mendes cita um capítulo do livro intitulado "Um Caso Excepcional". Segundo o documento, este trecho insinua que ele seria amigo íntimo de Arnoldo Wald e Sergio Bermudes, advogados que prestaram serviços a Daniel Dantas, quando, segundo o ministro, a sua relação com os causídicos restringe-se a contatos profissionais e acadêmicos.

Direito de resposta

Além da indenização por danos morais, o ministro Gilmar Mendes requer direito de resposta, uma vez que não a circulação do livro não será censurada e que, segundo seu entendimento, é preciso reduzir a expansão dos referidos danos.

Pede, então, que seja publicada nas futuras edições e reimpressões da obra, como também em revista de grande circulação, a transcrição integral e fiel do conteúdo da petição inicial e o teor da sentença a ser proferida.

Confira a petição inicial.

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