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Intolerância religiosa

MPF pede que Google tire do ar vídeos que discriminam religiões africanas

Em um dos vídeos, um pastor afirma que não existe como alguém ser de bruxaria e de magia negra, ou ter sido, e não falar em africano.

Da Redação

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Atualizado às 08:48

O MPF/RJ expediu recomendação para que o Google retire do YouTube vídeos que promovem a discriminação e a intolerância a religiões africanas. A empresa deve enviar, no prazo de dez dias, relatório com as providências adotadas para o cumprimento da recomendação.

Em um dos vídeos, um pastor diz aos presentes que eles podem fechar os terreiros de macumba do bairro. Em outro, ele afirma que não existe como alguém ser de bruxaria e de magia negra, ou ter sido, e não falar em africano. Em um terceiro vídeo, um homem denominado "ex-macumbeiro" atrela todos os seus vícios a entidades de umbanda, vinculando uma imagem demonizada a tudo o que se relaciona com aquela religião. Em outro vídeo, uma mulher atribui todas as suas mazelas existenciais aos trinta e dois anos que esteve ligada ao candomblé.

A denúncia foi feita pela Associação Nacional de Mídia Afro e a PRDC - Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão do RJ instaurou um procedimento administrativo para apurar os fatos. De acordo com conclusão do procurador regional, Jaime Mitropoulos, a liberdade de manifestação do pensamento traz em si a responsabilidade por aquilo que se fala e o que se faz, sendo que a liberdade de crença não é um escudo para acobertar violações aos direitos humanos.

Para o magistrado, evidencia-se a necessidade de coibir a divulgação desses conteúdos, pois "enquanto esses conteúdos permanecerem disponíveis, seus autores e divulgadores estarão violando, de forma reiterada e frontal, o direito que adeptos de outras religiões têm à proteção de suas consciências".

  • Processo: 1.30.001.000568/2014-30

Confira a conclusão do órgão.


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