Superlotação em unidades de internação de menores chega a 119% no Brasil
Sistema oferece 15.414 vagas, mas abriga 18.378 internos.
Da Redação
sábado, 10 de agosto de 2013
Atualizado às 10:16
No Brasil, há superlotação nas unidades de internação de adolescentes em conflito com lei em 16 Estados. O sistema oferece 15.414 vagas, mas abriga 18.378 internos, ultrapassando 119% da capacidade. Em alguns Estados, a superlotação supera 300%.
Os Estados com os piores índices são Maranhão, com 73 vagas e 335 internos, capacidade de ocupação superada em 458%; Mato Grosso do Sul, com 220 vagas e 779 internos, capacidade superada em 354%; e Alagoas, com 154 vagas e 500 internos, capacidade superada em 324%.
Já nas unidades de semiliberdade, há 2.193 vagas para 1.703 jovens atendidos. A superlotação foi registrada em Alagoas, 15 vagas para 175 jovens atendidos, capacidade de ocupação superada em 1.166%; Mato Grosso do Sul, com 16 vagas e 51 jovens, capacidade superada em 318%; e Ceará, com 125 vagas e 171 jovens, capacidade superada em 136%.
A maior parte dos estabelecimentos não separa os internos provisórios dos definitivos nem os adolescentes por idade, por compleição física e pelo tipo de infração cometida, como determina o ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente. Entre março de 2012 e março de 2013, registrou-se a ocorrência de 129 evasões nas unidades inspecionadas pelo MP, o que resultou na fuga de pelo menos 1.560 adolescentes, número correspondente a 8,48% do total de internos no país.
Os números fazem parte do relatório "Um Olhar Mais Atento às Unidades de Internação e de Semiliberdade para Adolescentes", lançado na última quinta-feira, 8, pela Comissão de Infância e Juventude do CNMP.
Os dados foram coletados por promotores de Justiça em todo o país, nas inspeções realizadas pessoalmente, em março de 2012 e março de 2013, em 88,5% das unidades de internação e de semiliberdade para adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas. As fiscalizações pelo MP estão previstas no ECA e foram regulamentadas pela resolução 67/11 do CNMP.
De um total de 443 estabelecimentos em todo o país, foram visitados 392 unidades, sendo 287 unidades de internação e 105 unidades de semiliberdade.
Veja aqui a íntegra do relatório.