STJ suspende ações contra Gol por dívidas da Varig
Decisão é do ministro Marco Buzzi, da 2ª seção do STJ.
Da Redação
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Atualizado às 14:15
O ministro Marco Buzzi, da 2ª seção do STJ, concedeu liminar para sobrestar ação trabalhista movida pelo Sindicato Nacional dos Aeroviários contra a Varig e a VRG Linhas Aéreas (Grupo Gol) e, ainda, designar o juízo de Direito da 1ª vara Empresarial do RJ para resolver, em caráter provisório, medidas urgentes relativas às dívidas da Varig.
A decisão foi dada em conflito de competência suscitado pela Gol Linhas Aéreas Inteligentes e pela VRG, entre aquele juízo (no qual se processa a recuperação judicial da Varig) e o juízo da 16ª vara do Trabalho de Salvador/BA, onde tramita a ação trabalhista.
A VRG alegou que arrematou judicialmente a UPV - Unidade Produtiva Varig e que constava expressamente no edital que "a transferência patrimonial não consentiria na assunção do passivo da Varig". Pediu, liminarmente, o sobrestamento das ações que tramitam nos juízos referidos, bem como a designação da vara empresarial para a apreciação das questões urgentes.
Segundo o pedido, os dois juízos têm reconhecido a sucessão da Varig na obrigação de honrar títulos executivos contra a Varig.
Competência
De acordo com o ministro Marco Buzzi, a jurisprudência do STJ é no sentido de que a competência para processar e julgar execuções trabalhistas e de outra natureza, propostas contra a Varig e a VRG Linhas Aéreas, pertence ao juízo universal, "haja vista que, quando da homologação da arrematação judicial, foi ressalvado que a transmissão patrimonial não implicaria a assunção do passivo da recuperanda pela arrematante".
Marco Buzzi afirmou que o periculum in mora (risco de dano em razão da demora) está presente no caso, pois, segundo ele, constam no processo informações e documentação indicando que foram determinados atos executivos, inclusive a constrição de ativos da VRG.
Diante disso, o ministro concedeu a liminar para sustar a ação trabalhista. O mérito do conflito de competência será julgado pela 2ª seção do STJ.
Confira a decisão.