Márcio Thomaz Bastos não sabia da ida de Beira-Mar para o Estado de SC
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Da Redação
segunda-feira, 17 de outubro de 2005
Atualizado às 07:40
Márcio Thomaz Bastos não sabia da ida de Beira-Mar para o Estado de SC
O presidente da OAB/SC, Adriano Zanotto, denunciou durante sessão plenária do Conselho Federal da OAB, que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, desconhecia a transferência do traficante Fernandinho Beira-Mar de Brasília para Florianópolis.
A informação foi dada a Zanotto pelo próprio ministro da Justiça durante ligação telefônica, na qual ele pediu desculpas à OAB pela transferência. "O ministro me ligou pedindo desculpas pelo fato de a Polícia Federal ter transferido Beira-Mar para a nossa Avenida Beira-Mar e disse que não sabia de nada", relatou Zanotto, criticando o fato de essa desculpa estar se tornando cada vez mais comum no Executivo. "O ministro me disse: presidente, eu não sabia que ele estava aí", revelou na sessão o presidente da OAB-SC, de forma contundente. A ligação foi feita por Thomaz Bastos com fins de justificar a transferência, logo após o forte movimento de reação deflagrado pela OAB-SC contra a transferência.
Zanotto explicou aos conselheiros federais da OAB que a estada de Beira-Mar na cidade de Florianópolis é completamente irregular, não existindo sequer uma ordem judicial ou documento oficial por parte do Judiciário que autorize a transferência do traficante de Brasília para a capital. "A Justiça Federal não sabe que ele está lá, não há qualquer documento que registre a presença de Beira-Mar em nossa cidade. Trata-se de uma arbitrariedade administrativa, de uma ilegalidade cometida sabe-se lá por quem, já que o líder do Judiciário e o chefe da Polícia Federal diz que não sabia da transferência".
Zanotto relatou, ainda, que durante a ligação telefônica Thomaz Bastos teria pedido a ele que "conseguisse" uma ordem judicial para retirar o criminoso do Estado. "Mas como alguma autoridade judiciária vai poder conceder alguma ordem judicial para a retirada se Beira-Mar se oficialmente, conforme o Judiciário, ele não está em Santa Catarina?", questionou o presidente da OAB catarinense.
"É evidente que foi um pedido teratológico, um pedido burro, com o qual a OAB não vai compactuar e entendemos que nenhum magistrado haverá de conceder a ordem", afirmou Adriano Zanotto. "Já passou o tempo de o nosso ministro da Justiça corrigir esse equívoco e, imediatamente, retirá-lo de nosso Estado".
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