Antigo Palácio da Justiça do Rio de Janeiro reabre suas portas à visitação
Quem passa de carro à tardinha ou à noite pelo Elevado da Perimetral já teve a sua atenção despertada pela imponência do prédio iluminado. É o antigo Palácio da Justiça que foi totalmente restaurado no ano passado pelo presidente do TJ/RJ, desembargador Luiz Zveiter. Nele está localizado o Museu da Justiça que preserva a memória do Poder Judiciário do Estado, e que está reabrindo as suas portas para visitação, a partir de hoje, 13/1, às 11h, até o dia 11/2. A entrada é franca.
Da Redação
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Atualizado às 08:47
Cultura
Antigo Palácio da Justiça do Rio de Janeiro reabre suas portas à visitação
Quem passa de carro à tardinha ou à noite pelo Elevado da Perimetral já teve a sua atenção despertada pela imponência do prédio iluminado. É o antigo Palácio da Justiça que foi totalmente restaurado no ano passado pelo presidente do TJ/RJ, desembargador Luiz Zveiter. Nele está localizado o Museu da Justiça que preserva a memória do Poder Judiciário do Estado, e que está reabrindo as suas portas para visitação, a partir de hoje, 13/1, às 11h, até o dia 11/2. A entrada é franca.
O Museu voltará à visitação pública de segunda a sexta-feira, das 11h às 17h, com o último evento começando às 16h30. As visitas, que serão abertas às crianças maiores de cinco anos, jovens e adultos, vão ser mediadas por educadores que destacarão a decoração dos andares do prédio, em alusão à História do Direito. Podem ser agendados também grupos, através dos telefones 3133-3497/3766. O Museu da Justiça fica na rua Dom Manoel, 29, no Centro (próximo à Avenida Presidente Antonio Carlos e Rua Erasmo Braga - Fórum do Rio).
No Serviço de Documentação Histórica do Museu da Justiça, o visitante poderá consultar cópias de processos de julgamentos que ficaram na memória popular, como o crime da Rua Toneleiros (1954), o crime do Sacopan (1952), e curiosidades como o Inventário de José Lins do Rêgo (1958).
Na Biblioteca do Museu, algumas surpresas, como as Ordenações Filipinas, original do século XVIII (ano de 1749). A obra apresenta cinco tomos, um para cada aspecto de ordenamento da sociedade. O livro quinto, por exemplo, tratava de adultérios, e outros tipos de crimes.
O Salão dos Passos Perdidos
O prédio foi construído em 1926 para abrigar o Palácio da Justiça da Corte de Apelação do DF e momentos importantes de nossa história se passaram nele. E hoje, ele abriga o Museu da Justiça, a Diretoria Geral de Gestão do Conhecimento, o Departamento de Gestão e Disseminação do Conhecimento, o Centro Cultural do Poder Judiciário, a Escola de Administração Judiciária do Poder Judiciário de Rio de Janeiro e as Associações de Magistrados.
As cores originais voltaram à fachada e o prédio, agora, se destaca no centro da cidade. A construção, quase centenária, rejuvenesceu, mas não perdeu nenhum traço de seu estilo eclético clássico. O interior apresenta elementos decorativos que acentuam as suas características arquitetônicas: estátuas, vitrais, colunas, piso de mármore, pinturas e mobiliário. Tudo foi respeitosamente preservado.
Nele, o público poderá ver um majestoso salão espelhado, que é a ante-sala para o Plenário da Corte do antigo Tribunal, onde aconteceu a promulgação do Código Penal de 1940 realizada pelo então presidente da República, Getúlio Vargas.
No segundo andar, o Salão dos Passos Perdidos é o caminho que se abre ao Tribunal do Júri. O nome do Salão tem origem na ansiedade e na apreensão das partes envolvidas à espera do desfecho dos julgamentos. O Salão dos Passos Perdidos é também o título do livro de memórias do jurista Evandro Lins e Silva, ex-ministro do STF.
No 1º Tribunal do Júri, que funcionou até 2009, foram julgados casos de grande repercussão nacional, tais como o crime da Rua Toneleiros, o assassinato da atriz Daniela Perez e do jornalista Tim Lopes. Na sua decoração arquitetônica e educativa sobre a história do Direito, repleta de simbologias, podemos encontrar as pinturas do imperador romano Justiniano que compilou e sistematizou todo o código do Direito Romano e de Cícero, exemplo máximo da expressão de orador. Além destas pinturas, de autoria do artista André Vento, encontramos vitrais decorativos com os principais símbolos da justiça, entre eles, a balança, a espada e as Tábuas da Lei.
Os trabalhos são coordenados pelo Museu da Justiça, que faz parte da Diretoria Geral de Gestão do Conhecimento (DGON) do TJ/RJ.
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