Baú migalheiro - Carlos Malheiro Dias
Da Redação
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Atualizado em 18 de outubro de 2010 14:40
Baú migalheiro
Há 69 anos, no dia 19 de outubro de 1941, faleceu, em Lisboa, de pai português e de mãe brasileira, o escritor português Carlos Malheiro Dias, nascido no Porto em 13 de agosto de 1875. Depois de formar-se em Direito pela Universidade de Coimbra, foi eleito deputado regenerador por Viana do Castelo, círculo que voltou a representar na legislatura de 1903 a 1905. Em 1910 foi eleito deputado por Vila Real. Proclamada a República em Portal, exilou-se no Brasil, onde passou a viver.
Estreou-se nas letras em 1894, com o livro "Cenários", a que se seguiu "A Mulata", que provocou inúmeros de debates no Brasil. Seguiram-se os romances "O Filho das Ervas", em 1900, "Os Três de Albergaria", em 1901, "A Paixão de Maria do Céu" e o "Grande Cagliostros", em 1905.
Além de romancista, foi também jornalista e conferencista no Brasil, dirigindo a Revista da Semana. Fundou depois a revista "O Cruzeiro", porta-voz da colônia portuguesa do Brasil. Logo em tornou-se diretor da revista "Ilustração Portuguesa".
Toma depois a peito o lançamento da grande empresa que foi a História da Colonização Portuguesa do Brasil, editada no Porto, na qual largamente colaborou, comemorativa do 1º centenário da independência do Brasil.
Já então se conformara com o regime republicano em Portugal, fazendo repetidas viagens à sua terra natal, para afinal aí se fixar, falecendo em Lisboa em 19 de outubro de 1941.
Foi sócio da Academia das Ciências de Lisboa e membro-correspondente da Academia Brasileira de Letras, eleito em 30 de maio de 1907, na vaga deixada por Eça de Queirós (clique aqui), do qual se confessava discípulo do romancista, muito embora nessa época Malheiro Dias não mais escrevesse romances, empregando quase toda a sua atividade literária na elaboração da História da Colonização Portuguesa do Brasil, que aliás ficou inacabada.
"Grande escritor", disse sobre ele Joaquim Paço d'Arcos, que o conheceu nos últimos anos de sua vida, por demais esquecido, filho de Portugal e do Brasil, que nos seus afetos, na vida partilhada entre os dois países, em toda a sua atividade de publicista foi bem um cidadão das duas pátrias, exemplo a apontar da unidade de sentimento e da convergência de pensamento a ambas as Nações devem regressar, para seu fortalecimento e sua glória.
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